Medalha de bronze
02 março 2024 às 21h29
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Tiago Pereira. O atleta que quer ser imortal chegou ao pódio mundial

Triplista português surpreendeu ao conquistar uma medalha de bronze nos mundiais de atletismo de pista coberta. Saltou 17, 08 metros e já avisou que espera repetir nos europeus de Roma, em junho.

Tiago Pereira não escondeu a surpresa e inquietação final quando percebeu que o bronze estava perto com aquele último salto de 17, 08 metros (recorde pessoal). Depois foi só esperar para celebrar a melhor conquista da carreira aos 30 anos. "Vim para este concurso muito bem preparado. Sabia o que estava a fazer. Pensei que ia saltar mais do que saltei. Estou muito grato pela medalha, muito feliz com o resultado", disse o atleta à Antena 1, confessando: "Já chorei, já gritei, já ri! Já passei por isso tudo e ainda estou a cair em mim."

O triplista do Sporting que tem estado a treinar com João Ganso e Ivan Pedroso, dois ex-treinadores de Nelson Évora e tem agora uma história para contar, além de ambicionar saltar perto dos 17, 50 metros e querer “ser imortal no desporto português”.

Tiago Pereira minimizou assim (e de que maneira) a ausência do campeão Olímpico Pedro Pichardo, que seria óbvio candidato ao ouro, oferecendo a primeira medalha a Portugal nos mundiais de atletismo de pista coberta. O ouro no triplo salto masculino foi para Fabrice Zango (17.53m) e a prata ficou para Yasser Triki (17,35m). 

É o terceiro atleta do triplo salto a ser medalhado, depois de dois bronzes de Nelson Évora e da prata de Pedro Pichardo. Para se perceber o feito do triplista português é perceber que nos últimos mundiais, em Belgrado 2022, terminou em 11.º lugar.

Habituado a estar na sombra dos dois campeões Olímpicos portugueses no triplo salto, Tiago Pereira é um exemplo de versatilidade e superação pessoal. Em 2021 pensou “desistir de saltar” depois de a Federação Portuguesa de Atletismo não o convidar para ir aos Europeus de Torun, mas transformou a frustração em motivação.

Várias vezes campeão nacional, o atleta leonino tinha como grande objetivo da época alcançar uma medalha nos europeus de junho e ir ao Jogos Olímpicos Paris2024 (terá de saltar 17, 22m), mas foi agora brindado com um bronze mundial indoor.  "Lancei a minha candidatura para o título europeu em Roma (...). Já não serei um outsider em Roma. Já serei um candidato. Vou trabalhar para Roma e para Paris o melhor que posso", prometeu o novo medalhado do atletismo português.

João Coelho bate novo recorde e fica a um lugar do pódio

Antes, na final dos 400 metros, João Coelho tinha obtido o quarto lugar e batido pela terceira vez (e em 35 horas) o recorde nacional nas três corridas disputadas em Glasgow.

Numa corrida em que ocupou o quarto lugar na maior parte das duas voltas à pista curta, o português, de 24 anos, cruzou a meta com uma marca de 45,86 segundos, atrás do belga Alexander Doom, medalha de ouro (45,25), do norueguês Karsten Warholm, campeão do mundo e olímpico dos 400 metros barreiras (45,34), prata, e do jamaicano Rusheen McDonald, bronze, com 45,65 segundos.

Recordista nacional na antecâmara da primeira participação nos Mundiais, com um tempo de 46,51 segundos fixado em 2023, nos Europeus de Istambul, o atleta natural de Vila Franca de Xira bateu essa marca na eliminatória, com a marca de 46,35 segundos, correu pela primeira vez abaixo dos 46 segundos nas meias-finais (45,98) e estabeleceu novo recorde nacional na final de hoje.

Ainda hoje as velocistas portuguesas Lorène Bazolo e Rosalina Santos falharam o acesso às meias-finais na prova de 60 metros e amanhã é a vez de Salomé Afonso e Isaac Nader correrem as finais dos 1500 metros.