Tiago Pereira não escondeu a surpresa e inquietação final quando percebeu que o bronze estava perto com aquele último salto de 17, 08 metros (recorde pessoal). Depois foi só esperar para celebrar a melhor conquista da carreira aos 30 anos. "Vim para este concurso muito bem preparado. Sabia o que estava a fazer. Pensei que ia saltar mais do que saltei. Estou muito grato pela medalha, muito feliz com o resultado", disse o atleta à Antena 1, confessando: "Já chorei, já gritei, já ri! Já passei por isso tudo e ainda estou a cair em mim."
O triplista do Sporting que tem estado a treinar com João Ganso e Ivan Pedroso, dois ex-treinadores de Nelson Évora e tem agora uma história para contar, além de ambicionar saltar perto dos 17, 50 metros e querer “ser imortal no desporto português”.
Tiago Pereira minimizou assim (e de que maneira) a ausência do campeão Olímpico Pedro Pichardo, que seria óbvio candidato ao ouro, oferecendo a primeira medalha a Portugal nos mundiais de atletismo de pista coberta. O ouro no triplo salto masculino foi para Fabrice Zango (17.53m) e a prata ficou para Yasser Triki (17,35m).
É o terceiro atleta do triplo salto a ser medalhado, depois de dois bronzes de Nelson Évora e da prata de Pedro Pichardo. Para se perceber o feito do triplista português é perceber que nos últimos mundiais, em Belgrado 2022, terminou em 11.º lugar.
Habituado a estar na sombra dos dois campeões Olímpicos portugueses no triplo salto, Tiago Pereira é um exemplo de versatilidade e superação pessoal. Em 2021 pensou “desistir de saltar” depois de a Federação Portuguesa de Atletismo não o convidar para ir aos Europeus de Torun, mas transformou a frustração em motivação.
Várias vezes campeão nacional, o atleta leonino tinha como grande objetivo da época alcançar uma medalha nos europeus de junho e ir ao Jogos Olímpicos Paris2024 (terá de saltar 17, 22m), mas foi agora brindado com um bronze mundial indoor. "Lancei a minha candidatura para o título europeu em Roma (...). Já não serei um outsider em Roma. Já serei um candidato. Vou trabalhar para Roma e para Paris o melhor que posso", prometeu o novo medalhado do atletismo português.