A Polícia Judiciária (PJ) realizou, esta quarta-feira, buscas na Câmara Municipal de Cascais. Está em causa a investigação a uma fábrica de máscaras cirúrgicas, que foi criada para responder à pandemia de covid-19, disse à Lusa fonte da autarquia.
Ao que o DN apurou, as buscas foram apenas para recolher documentos que possam vir a constituir meio de prova, sendo que até ao momentos ninguém foi constituído arguido. Em relação ao atual ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, que na altura dos factos em apreço era vice-presidente da autarquia cascalense, não é, para já, visado na investigação levada a cabo pela PJ.
O município, liderado por Carlos Carreiras, "está a prestar toda a colaboração" às autoridades, segundo indicou à Sábado.
Fonte da Polícia Judiciária confirmou à Lusa a realização das buscas na Câmara de Cascais, com o objetivo de "recolha de informação", escusando-se a adiantar mais pormenores.
Miguel Pinto Luz integrou o executivo camarário como vice-presidente até janeiro deste ano, quando suspendeu o mandato para ser cabeça de lista da Aliança Democrática (AD) pelo Algarve nas eleições de 10 de março.
O presidente da autarquia diz-se de "consciência tranquila" e iliba o ministro Pinto Luz.
"Não cometemos nenhuma irregularidade", indicou Carlos Carreiras, confirmando que as buscas estão relacionadas com o processo que envolve a fábrica de máscaras cirúrgicas. "O único responsável em todo o processo sou eu, nem sequer o senhor ex-vice-presidente Pinto Luz teve qualquer participação, nem qualquer dos vereadores. Sou eu o único responsável sobre esta matéria", afirmou o autarca aos jornalistas.
Carlos Carreiras disse ainda que as autoridades pediram o acesso ao seu telemóvel, que, entretanto, já foi devolvido.
As buscas visam vários "meios informáticos" da autarquia e estão a decorrer nos Passos do Concelho, no edifício São José, no Cascais Center e na empresa municipal que, na altura, foi responsável pelo processo da fábrica das máscaras cirúrgicas.
A Câmara Municipal de Cascais lançou em junho de 2020 a produção própria de máscaras destinadas à população.
A autarquia disponibilizou 400 dispensadores com máscaras pelo concelho e distribuiu gratuitamente aos utilizadores de transportes públicos, onde este equipamento era de uso obrigatório na sequência das medidas de prevenção da covid-19.