Polícia Judiciária
10 abril 2024 às 12h06
Leitura: 3 min

Buscas na Câmara de Cascais foram só para recolher documentos. Pinto Luz não é visado na investigação

Está em causa a investigação a uma fábrica de máscaras cirúrgicas, que foi criada no concelho de Cascais para responder à pandemia de covid-19. O presidente da autarquia diz-se de "consciência tranquila", rejeita irregularidades e iliba o ministro Pinto Luz, que integrou o executivo camarário até janeiro deste ano.

A Polícia Judiciária (PJ) realizou, esta quarta-feira, buscas na Câmara Municipal de Cascais. Está em causa a investigação a uma fábrica de máscaras cirúrgicas, que foi criada para responder à pandemia de covid-19, disse à Lusa fonte da autarquia.

Ao que o DN apurou, as buscas foram apenas para recolher documentos que possam vir a constituir meio de prova, sendo que até ao momentos ninguém foi constituído arguido. Em relação ao atual ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, que na altura dos factos em apreço era vice-presidente da autarquia cascalense, não é, para já, visado na investigação levada a cabo pela PJ.

O município, liderado por Carlos Carreiras, "está a prestar toda a colaboração" às autoridades, segundo indicou à Sábado. 

Fonte da Polícia Judiciária confirmou à Lusa a realização das buscas na Câmara de Cascais, com o objetivo de "recolha de informação", escusando-se a adiantar mais pormenores.

Miguel Pinto Luz integrou o executivo camarário como vice-presidente até janeiro deste ano, quando suspendeu o mandato para ser cabeça de lista da Aliança Democrática (AD) pelo Algarve nas eleições de 10 de março.

O presidente da autarquia diz-se de "consciência tranquila" e iliba o ministro Pinto Luz.

"Não cometemos nenhuma irregularidade", indicou Carlos Carreiras, confirmando que as buscas estão relacionadas com o processo que envolve a fábrica de máscaras cirúrgicas. "O único responsável em todo o processo sou eu, nem sequer o senhor ex-vice-presidente Pinto Luz teve qualquer participação, nem qualquer dos vereadores. Sou eu o único responsável sobre esta matéria", afirmou o autarca aos jornalistas.

Carlos Carreiras disse ainda que as autoridades pediram o acesso ao seu telemóvel, que, entretanto, já foi devolvido.

As buscas visam vários "meios informáticos" da autarquia e estão a decorrer nos Passos do Concelho, no edifício São José, no Cascais Center e na empresa municipal que, na altura, foi responsável pelo processo da fábrica das máscaras cirúrgicas.

A Câmara Municipal de Cascais lançou em junho de 2020 a produção própria de máscaras destinadas à população.

A autarquia disponibilizou 400 dispensadores com máscaras pelo concelho e distribuiu gratuitamente aos utilizadores de transportes públicos, onde este equipamento era de uso obrigatório na sequência das medidas de prevenção da covid-19.