O debate entre Paulo Raimundo e André Ventura arrancou na corrupção, um tem que está na agenda de PCP e Chega, mas logo aí as diferenças ficaram claras. Raimundo defendeu a ideia de que “a única forma de combater a corrupção é atacar o centro da corrupção e o centro da corrupção está nas privatizações”, uma situação em que entende haver “subjugação do poder político ao poder económico”. O secretário-geral do PCP deu como exemplos a ANA (cuja venda a privados foi arrasada pelo Tribunal de Contas), a Altice e os CTT. Mas não teve sequer tempo para explicar essa ideia.
André Ventura começou logo a atacar o que considera ser um preconceito ideológico dos comunistas. “Há corrupção no setor publico e no setor privado”, disse. Puxando pelo seu programa, o líder do Chega explicou que tem medidas para a “dissuasão, prevenção e confisco” de bens. Dissuasão através do aumento de penas e confisco de bens, mesmo antes de condenações. Não foi confrontado sobre a restrição de direitos e garantias que isso representa.
Ventura também não explicou como pretende aumentar pensões, primeiro para o valor do IAS, depois para o salário mínimo nacional. Estimou o custo da medida, em seis anos, nos 7% do PIB, ou seja “7 a 9 mil milhões”, frisando que é um “aumento progressivo das pensões”. Como se paga? Não explicou.