Em junho de 2023, o SNS tinha 151 851 profissionais, contra 121 894 em 2010. Em números absolutos, não há dúvida de que houve um aumento, mas a análise detalhada feita pelos técnicos do PlanAPP ( Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração Pública), o organismo do Estado que tem a seu cargo a análise de dados para apoiar os governos na definição de estratégias a aplicar para cada setor, revela que este aumento não ocorreu de forma homogénea a nível das regiões e da densidade populacional.
Esta conclusão integra o estudo que levaram os técnicos do PlanAPP levaram a cabo desde o verão do ano passado, depois de lhes ter sido atribuído, pelo Despacho n.º 7985/2023 de 3 de agosto, emitido pelos gabinetes da Ministra da Presidência e do Secretário de Estado da Saúde, a missão de realizar um conjunto de trabalhos sobre os Recursos Humanos (RH) do SNS.
O estudo "Recursos do SNS, retrato e evolução, divulgado hoje, dia 14 de março, é o segundo desta coleção, mas o primeiro no âmbito do Estado a traçar o perfil da “força de trabalho” do serviço público, por classes profissionais, por setor produtivo, hospitais e cuidados primários, distribuição geográfica, densidade populacional, género e idade, num período temporal de 13 anos, já que os dados analisados vão de 2010 a junho de 2023, embora com uma divisão entre 2017 e 2023. Isto porque, assume-se no documento, a partir de 2017 a 2023, foi mais difícil de obter alguns dados sobre determinadas áreas.
Depois deste estudo, seguir-se-ão mais outros dois, o terceiro já está em andamento, tal como o DN noticiou em janeiro, e tem como missão avaliar a “organização do tempo de trabalho dos recursos humanos no SNS e no setor privado, que funciona como complementar”, tendo em conta fatores como “a satisfação profissional de médicos e enfermeiros e o que pode fazer a diferença na retenção destes no SNS”.