Presidenciais
30 julho 2024 às 00h33
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Embaixada de Portugal na Venezuela apela a portugueses para se manterem em casa

A embaixada portuguesa na capital venezuelana pediu esta segunda-feira aos cidadãos portugueses no país que evitem deslocações, numa altura em que se multiplicam os protestos contra os resultados eleitorais. Centenas de manifestantes nas ruas aos gritos: "Vai cair. Este Governo vai cair."

A Embaixada de Portugal em Caracas pediu esta segunda-feira aos portugueses na Venezuela que se mantenham tranquilos e evitem deslocações, quando se registam em vários estados venezuelanos protestos contestando os resultados das eleições de domingo.

"A Embaixada de Portugal na Venezuela e os Consulados-Gerais em Caracas e Valência acompanham, em permanência, a Comunidade Portuguesa residente no país e apelam a que os cidadãos portugueses se mantenham tranquilos, evitando deslocações não-necessárias" afirma a embaixada na sua página do Instagram.

Segundo estimativas dos consulados-gerais de Portugal nas cidades de Caracas e Valência, estão na Venezuela cerca de 600 mil portugueses e lusodescendentes.

O apelo da embaixada ocorre num dia em que milhares de venezuelanos, com gritos de "Até ao fim" e "este Governo vai cair", foram hoje para as ruas rejeitar os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que deram a vitória de Nicolás Maduro nas Presidenciais de domingo.

Os protestos começaram em várias regiões do interior do país, entre elas o Estado de Falcón, estendendo-se depois a outras localidades, inclusive à cidade de Caracas, onde as populações de bairros se encontram, desde há várias horas, nas ruas.

Na zona leste da capital, no bairro pobre de Petare, tido como o maior da América Latina, várias pessoas, algumas delas encapuzadas, saíram às ruas gritando palavras de ordem contra Nicolás Maduro, tendo destruído cartazes da sua campanha.

"Vai cair. Este Goveno vai cair"

Centenas de manifestantes, a pé e em motocicleta, foram desde o centro de Petare até aos armazéns do Conselho Nacional Eleitoral, em Mariche, gritando e cantando, aos gritos, "vai cair, este Governo vai cair" e "vamos até ao fim".

As forças de segurança reprimiram vários protestos, em Chacaíto e em Altamira, ambas a leste, tendo detido várias pessoas, algumas delas de maneira violenta, segundo a transmissão por Youtube do canal VPI TV.

Entretanto, segundo o Foro Penal (FP) até às 17.00 horas locais (22.00 horas em Lisboa) foram detidas 13 pessoas no âmbito de manifestações pós-eleições.

Ainda em Caracas, os manifestantes terão resgatado um funcionário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) que foi abandonado pelos seus companheiros.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou hoje oficialmente como Presidente Nicolás Maduro, para o período 2025-2031.

Segundo o CNE, Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos, tendo obtido 5,15 milhões de votos.

O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve pouco menos de 4,5 milhões de votos (44,2%), segundo os dados oficiais divulgados pelo CNE.

A oposição venezuelana reivindica a vitória nas Eleições Presidenciais de domingo, com 70% dos votos para o candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, afirmou a líder opositora María Corina Machado, recusando-se a reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.

Vários países já felicitaram Maduro pela vitória, como Rússia, Nicarágua, Cuba, China e Irão, mas outros demonstraram grande preocupação com a transparência das eleições na Venezuela como Portugal, Espanha e Estados Unidos.