Andoni Zubizarreta, de 62 anos, e Jorge Costa, de 52, são oficialmente trunfos de André Villas-Boas para ganhar as eleições para a presidência do FC Porto marcadas para o dia 27 de abril, e para as quais concorre contra as candidaturas de Nuno Lobo e do atual líder Pinto da Costa. O antigo guarda-redes internacional espanhol e o antigo capitão dos dragões foram ontem apresentados, respetivamente como diretor desportivo e diretor do futebol profissional, no caso de a lista do antigo técnico ser a eleita dos sócios portistas.
Na cerimónia realizada na sede de campanha, André Villas-Boas começou por lançar um alerta para os associados, pois “só cerca de 40 mil sócios têm capacidade eleitoral, pelo que cerca de 30 mil têm de regularizar as quotas” para poderem votar. O candidato às eleições do FC Porto destacou o facto de apresentar “dois homens que foram exemplares nos seus clubes” e que “tudo ganharam nas suas carreiras”, garantindo ainda que vão ajudar a que os dragões “tudo conquistem” se a sua lista for a eleita.
Estas escolhas visam, de acordo com o candidato, “reforçar a capacidade de decisão” de uma estrutura que será liderada por Zubizarreta, que será o responsável por todo o edifício do futebol, e que terá o diretor de futebol profissional Jorge Costa, que durante 14 épocas representou a equipa principal do FC Porto, depois de ter concluído a sua formação. O “Bicho”, como frisou Villas-Boas, estará assim de volta ao clube que o viu nascer 19 anos depois de ter saído, em 2005. Outro nome anunciado para a estrutura de futebol foi Pedro Silva, que será o diretor de performance.
André Villas-Boas elogiou a carreira de Zubizarreta enquanto desportistas - treinador e diretor - e garantiu que foi escolhido porque “identifica-se com o que é pretendido” por uma nova ideia para o FC Porto. O antigo guarda-redes espanhol admitiu depois que “o futebol é uma paixão”, sendo que isso foi o que aprendeu no clube do seu coração, o Athletic Bilbau, mas depressa avisou: “A partir de agora o meu clube é o FC Porto.” Zubizarreta, que enquanto diretor desportivo representou precisamente o Athletic, o Barcelona e o Marselha, definiu depois que sempre teve a sensação do que são jogadores à Porto: “São competitivos, intensos, com grande qualidade técnica, compreensão do jogo e amor à camisola.”
André Villas-Boas não poupou também elogios a Jorge Costa, de quem disse que, se vencer as eleições, “regressará à casa de onde nunca devia ter saído”. O antigo internacional português, que atualmente é treinador do AVS da II Liga, revelou que a sua função será a de “fazer a ponte entre a equipa profissional, equipa B e formação, sempre em sintonia com o presidente, o diretor desportivo e restantes departamentos”.
No entanto, Jorge Costa aproveitou para dizer que, há algo mais importante do que as funções que desempenhará: “Tenho uma missão que é servir o FC Porto e não servir-me do FC Porto.” Questionado sobre se irá impor uma mentalidade diferente no clube, assumiu que tem “essa obrigação, juntamente com o diretor desportivo”. “Já estivemos a conversar sobre isso, porque se queremos, e eu quero muito ter o meu FC Porto de volta, é preciso ter esses jogadores. Não basta ser bons jogadores, é preciso algo mais”, acrescentou.
André Villas-Boas escusou-se depois a tecer grandes comentários em relação ao seu treinador no caso de ser eleito, sendo certo que já tinha dito que irá falar com Sérgio Conceição se ganhar as eleições. “Sobre o treinador principal todos sabem qual a minha opinião e não irei falar mais sobre isso”, reforçou.
Estes são os dois grandes trunfos de André Villas-Boas para destronar Pinto da Costa, que está no cargo há 42 anos. Têm a palavras os sócios do FC Porto.