Barómetro Aximage/DN
10 outubro 2024 às 00h17
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Montenegro distancia-se de Pedro Nuno Santos e fica à frente de Marcelo

Social-democrata ganha vantagem entre os líderes partidários, enquanto o secretário-geral do PS passa a ter saldo negativo nas avaliações. E inquiridos têm mais confiança no primeiro-ministro do que no Presidente da República. Veja também quem são os ministros mais populares.

Luís Montenegro entra na fase decisiva do seu percurso de primeiro-ministro e presidente do PSD, no dia da entrega da proposta de Orçamento do Estado para 2025, que depende dos votos da oposição para ser aprovada, com o estatuto de líder partidário mais bem visto pelos portugueses. Segundo uma sondagem da Aximage, realizada para o DN entre 30 de setembro e 5 de outubro, não só aumentou a vantagem sobre o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, no que toca à avaliação de desempenho, como continua à frente do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no grau de confiança dos inquiridos.

O Barómetro Aximage/DN de Setembro-Outubro mostra que Montenegro tem uma vantagem de 29 pontos entre as avaliações positivas e negativas do desempenho nos últimos 30 dias (60%-31%), tal como no estudo anterior, realizado em julho. Já Pedro Nuno Santos deixa de ter saldo positivo, com 49% a fazerem uma avaliação negativa e 42% favorável, e apenas dois outros líderes ficam acima de zero: o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha (com saldo positivo de sete pontos, apesar das negativas de 35% dos inquiridos), e o porta-voz do Livre, Rui Tavares, que continua a ter quatro pontos positivos (39%-35%).

A vantagem de Luís Montenegro sobre Pedro Nuno Santos no que toca à avaliação do desempenho é transversal, com o primeiro-ministro a superar o líder da oposição entre homens e mulheres, tal como em todas as regiões, grupos etários e classes socio-económicas. Mas o fosso é maior na Área Metropolitana do Porto (para 69%, o líder do PSD esteve muito bem ou bem, enquanto 40% dizem o mesmo do homólogo do PS) e nos mais ricos (66% para Montenegro e 37% para Pedro Nuno). Em sentido inverso, a diferença encurta-se nos mais pobres (58%-53%) e mais velhos (62%-56%). Boas notícias para o socialista só a vantagem sobre André Ventura enquanto líder da oposição (51%-32%).

Apesar de o Chega se manter destacado como terceiro partido em intenções de voto - como o DN publicou ontem, os inquiridos pela Aximage indicaram que teria 15,1% em eleições antecipadas, só aquém da AD (32,1%) e do PS (28,6%) -, André Ventura continua um dos líderes partidários mais criticados. Com 30% de apreciações positivas e 64% negativas, só consegue deixar de ter o pior saldo, pois é ultrapassado pelo secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, com 20% de avaliações positivas e 56% negativas.Mas todos os líderes pioram em relação a julho, salvo Luís Montenegro e a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, com saldo nulo, e o mais afetado é o líder do CDS (e ministro da Defesa), Nuno Melo: 28% de avaliações positivas e 50% negativas.

À frente do Rato e de Belém

No que toca à confiança para primeiro-ministro, a comparação é claramente favorável para Luís Montenegro, com 45% dos inquiridos a apontarem o seu nome, enquanto 28% prefeririam Pedro Nuno Santos, que só prevalece entre os mais pobres (36%-27%), enquanto o primeiro-ministro se distingue nos mais ricos (53%-22%) e mais jovens (46%-21%).

De igual modo, continua a haver mais portugueses que têm mais confiança no primeiro-ministro (38%) do que no Presidente da República (33%). Montenegro domina entre os homens, os mais jovens e os mais ricos, enquanto Marcelo consegue superá-lo nas mulheres e nos mais pobres. E, apesar de 40% dos inquiridos responderem que o Chefe de Estado teve um bom desempenho nos 30 dias anteriores, só 6% o consideram muito bom, enquanto 32% dizem ter sido mau e 18% muito mau. Ainda assim, 70% dos inquiridos defendem que o Presidente da República deveria ser mais exigente com o Governo, contra 25% que dizem o contrário.

Miranda Sarmento reforçado

Outro  “vencedor” é o ministro das Finanças, Miranda Sarmento, único do Conselho de Ministros a melhorar a avaliação do desempenho em relação a julho. Aumenta cinco pontos nas respostas positivas (46%) e reduz quatro nas negativas (33%), aproximando-se dos ministros mais bem posicionados, que ainda são Paulo Rangel (52%-30% para o titular dos Negócios Estrangeiros) e Fernando Alexandre (51%-31% para quem tutela a Educação, Ciência e Inovação).

Pelo contrário, Nuno Melo vê a avaliação enquanto ministro da Defesa (36%-48%) agravar-se, mas não tanto quanto as das suas homólogas da Administração Interna e da Saúde. Margarida Blasco passa a ter um saldo negativo de 19 pontos (30%-49%), só melhor do que os 29 de Ana Paula Martins, que tem 28% de avaliações positivas e 57% de negativas.