PSD
26 fevereiro 2024 às 19h58
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Passos Coelho: "Quem desrespeita assim não pode achar justo voltar a ganhar. Resultado natural é a vitória da AD"

Antigo primeiro-ministro reatou discurso securitário, criticou políticas socialistas, pediu reformas e mostrou-se convicto de que Luís Montenegro vai formar governo.

Pedro Passos Coelho voltou esta segunda-feira a uma campanha eleitoral do PSD (neste caso da AD, coligação com CDS-PP e PPM) após quatro anos de ausência e pediu ao povo português para dar uma oportunidade à Aliança Democrática, perante o "imenso vazio" do PS.

“Quem desrespeita assim [em referência ao PS] não pode achar justo voltar a ganhar. Acredito que o resultado natural é a vitória da AD. Acho que o Luís Montenegro vai formar governo, é a minha convicção”, afirmou o antigo primeiro-ministro, já no final do discurso.

O antigo governante recordou o apoio que Luís Montenegro lhe deu na altura em que Passos Coelho foi líder do PSD e do Governo e quis retribuir, assim como a Miguel Pinto Luz, atual cabeça de lista da AD por Faro e seu diretor de campanha para as eleições do partido em 2008.

Passos Coelho reatou o discurso securitário, afirmando que hoje se sente insegurança em Portugal. “Mais do que em 2015, o espírito da AD faz-nos recuar a 1979. Nessa altura, Francisco Sá Carneiro tinha uma frase muito marcante à época: ‘Portugal era um país em que os velhos não tinham presente e os novos não tinham futuro.’ Essa frase visava uma mudança e um caráter reformista que o país precisava. Também hoje há problemas sérios que aguardam resolução. Podemos ter um país melhor do que está a ser oferecido às pessoas… seja na área da saúde, da educação, da habitação, da segurança. Em 2015 disse que Portugal precisa de ter portas abertas, mas que, cuidado, Portugal também precisa de segurança. Hoje as pessoas sentem insegurança”, vincou.

O antigo líder do Governo também criticou as políticas socialistas, referindo que "todas as pessoas que receberam qualquer coisinha sentem que ficou muito pouco para o futuro”. 

“A nossa proposta tem algum arrojo, o de confiar nas pessoas que estão a dirigir e de não de querermos ser donos não só da economia, mas de todo o Estado", disse, em novo remoque ao Governo PS. "Está estudado: se mantivermos estas políticas, não há jovem qualificado que encontre um futuro em Portugal. Fomos dos primeiros a entrar e não tarda estamos na cauda da Europa do desenvolvimento e do bem-estar. Qualquer dia o salário mínimo está colado ao salário médio. A AD tem um bom programa económico. É preciso colocá-lo em prática", prosseguiu, questionando a ausência de investimento em Defesa até ao início da guerra na Ucrânia: “Foi preciso estar a decorrer uma guerra na Europa para darmos atenção à Defesa?”

“O mais importante de tudo é impor uma capacidade reformista e abandonar este calculismo. Não há um partido da esquerda que não veja um lobo mau em cada proposta reformista. A segunda coisa que precisamos é de dar uma oportunidade ao país para ser diferente”, frisou.

Antes do comício, Pedro Passos Coelho afirmou que veio para "ajudar o PSD" em campanha e não pretende "criar desatenções".

"Nós estamos muito fortes, muito unidos, muito coesos no propósito de dar bem-estar aos portugueses", declarou Luís Montenegro.