Nas últimas semanas foram divulgados nas redes sociais dezenas de vídeos onde quais aparece o diretor da Agência Nacional de Investigação Financeira da Guiné Equatorial, Baltasar Ebang Engonga, que é sobrinho do presidente do país a ter relações sexuais no seu gabinete com várias parceiras, incluindo mulheres de altos cargos.
De acordo com informações divulgadas em grupos de Whatsapp e depois difundidas no Facebook, Instagram, Tiktok e X, existem mais de 400 vídeos gravados por Baltasar Ebang Engonga no seu gabinete.
O escândalo levou mesmo a que as autoridades daquele país restringissem o tráfego na Internet, tendo o presidente (e… tio de Engonga), Teodoro Nguema Obiang Mangue, anunciado também na semana passada que o governo iria "proceder à suspensão imediata de todos os funcionários públicos que mantiveram relações sexuais nos gabinetes dos ministérios, uma vez que tal constitui uma violação flagrante do código de conduta e da lei sobre ética pública".
Em consequência das medidas tomadas pelas autoridades para travar a partilha dos vídeos, o fluxo de tráfego na Internet, e em particular o 'download' de imagens, foi severamente perturbado no país, segundo informações recolhidas pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Apelidado de "Bello", é filho de Baltasar Engonga Edjo, atual presidente da Comissão da Comunidade Económica e Monetária da África Central e sobrinho do presidente da Guiné Equatorial, tendo inclusivamente sido apontado à sua sucessão.
Os vídeos foram divulgados nas redes sociais numa altura em que Engonga se encontrava em prisão preventiva na prisão de Black Beach, em Malabo, num caso de desvio de fundos públicos, segundo a estação de televisão estatal TVGE. Refira-se que, como responsável da Agência Nacional de Investigação Financeira, Engonga trabalha no combate a crimes financeiros, como o branqueamento de capitais.
O procurador Anatolio Nzang Nguema assegurou à TVGE que, se os exames médicos revelarem que se encontra "infetado com uma doença sexualmente transmissível", será processado por um crime contra a "saúde pública".
Esta não é a primeira vez que vídeos sexuais envolvendo funcionários públicos são divulgados nas redes sociais, mas o caso assumiu proporções sem precedentes devido à notoriedade dos protagonistas.
Teodoro Nguema Obiang Mangue, de 82 anos, é o presidente de um país há mais tempo no cargo, estando no poder desde 1979, tendo os seus mandatos ficado marcados por um histórico de violações de direitos humanos, incluindo assassinatos arbitrários e tortura, e por escândalos relacionados com o estilo de vida luxuoso de um dos seus filhos.
Apesar de haver eleições regularmente, não têm enfrentado uma real oposição, pois os seus principais opositores têm sido presos e exilados.