O Sporting de Rúben Amorim está muito bem lançado para conquistar o título nacional e tem ainda a possibilidade de alcançar a dobradinha, ou seja, juntar a conquista da Taça de Portugal ao Campeonato. Um feito que, neste século, em Alvalade, só foi alcançado por Laszlo Bölöni, e em toda a história do clube por cinco treinadores.
Na verdade, ganhar Campeonato e Taça na mesma época não é um feito muito comum no emblema leonino. Desde sempre só aconteceu em seis ocasiões, apenas uma vez neste século e duas nos últimos 42 anos.
O húngaro Joseph Szabo conseguiu-o em duas ocasiões, em 1940-41 e 1953-54; Cândido de Oliveira festejou-o em 1947-48, Mário Lino em 1973-74, Malcolm Allison em 1981-82 e o último foi Bölöni em 2001-02. Neste particular, o Benfica é o clube com mais dobradinhas, num total de 11, seguido do FC Porto com nove.
Amorim pode assim quebrar um ciclo de 22 anos em que o Sporting não conseguiu na mesma época juntar Campeonato e Taça de Portugal (neste espaço temporal só conquistou dois Campeonatos). E, também ele, vencer a prova rainha, o único troféu a nível interno que lhe falta conquistar - ganhou um Campeonato (2020-21), três Taças da Liga (2019-20, 2020-21 e 2021-22) e uma Supertaça (2021).
Se em relação à I Liga o caminho parece pouco sinuoso - a três jornadas do fim a diferença para o Benfica é de de cinco pontos -, no Jamor existe um grau de dificuldade máximo para ultrapassar, dado que o adversário na final do dia 26 de maio é o FC Porto, que procura este troféu como forma de compensar uma época para esquecer.
O romeno Laszlo Bölöni foi o último treinador do Sporting a conseguir tal feito, numa temporada em que o Sporting se sagrou Campeão Nacional na penúltima jornada, graças à derrota do 2.º classificado, o Boavista, diante do Benfica. Acabou a I Liga com 75 pontos, resultado de 22 vitórias, nove empates e três derrotas. Foi, na altura, o 18.º título de Campeão dos leões. Na final do Jamor, e depois de ter eliminado o Marítimo nas meias-finais após prolongamento, o Sporting bateu no Estádio Nacional o Leixões, por 1-0, graças a um golo de Mário Jardel perto do final da primeira parte.
É preciso recuar 42 anos para encontrar a penúltima vez que os leões festejaram Campeonato e Taça na mesma época. Ainda era João Rocha presidente, no banco estava o britânico Malcolm Allison, e os leões tinham uma temível linha avançada composta por Manuel Fernandes e Rui Jordão, e António Oliveira a maestro. A equipa terminou a prova com 46 pontos (vitórias valiam dois) e na final da Taça bateu o Sp. Braga por 4-0 (bis de António Oliveira, e com Manuel Fernandes e Rui Jordão também a marcarem).