A escassez de docentes irá acentuar-se entre 2026 e 2030, período em que as reservas de professores, essenciais para substituir as ausências temporárias e preencher vagas deixadas por aposentação, ficarão em risco de se esgotar. Em 2026, alguns grupos de recrutamento entrarão em défice estrutural, sendo que, em 2031, estarão praticamente todos nesta circunstância, à exceção da disciplina de Educação Física. E mesmo que haja um incremento na formação de professores, isso só trará resultados em 2029, tendo em consideração o tempo para a sua formação.
Estas são algumas das conclusões do estudo “Reservas de Professores sob a lupa: antevisão de professores necessários e disponíveis”, realizado pelo Edulog, um think tank da Fundação Belmiro de Azevedo, e lançam alertas para “os desafios estruturais que o Sistema Educativo enfrentará até 2031”.
O estudo avança com um cenário global “preocupante”: se nada for feito para combater a falta de professores, em 2031 assistiremos a uma “incapacidade quase total de fazer substituições ao longo do ano”. Esta dificuldade de substituições de docentes já se faz sentir em todo o país, com o pedido dos mesmos horários nas plataformas de recrutamento do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI).
O Edulog estima em 20%, relativamente ao total de professores colocados, o número de docentes necessários para as substituições temporárias: 10% por faltas de longa duração (baixas médicas) e 10% por faltas entre os 12 e os 30 dias. “Em 2023 já não foi possível substituir grande parte destes professores, com quase todos os grupos do 3º ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário abaixo da linha dos 20%”, refere o documento.
Os números apresentados refletem essas dificuldades: a taxa de sucesso de substituição foi de 68%. Ou seja, mais de 30% dos professores de baixa médica, licença ou aposentados não foram substituídos. Um problema que tem piorado a cada ano desde 2021.