O edifício da sede do Chega, em Lisboa, foi esta quinta-feira evacuado depois de um homem ter entrado alegando ter uma bomba, confirmou à Lusa a PSP, que o intercetou e ativou o centro de inativação de explosivos.
Sérgio Soares, porta-voz da PSP, disse à Lusa que o edifício, na Rua Miguel Lupi, foi evacuado depois de um homem ter entrado com uma mochila alegando que continha um engenho explosivo dentro, algo que não se confirmou. "No interior da mochila não se encontrava qualquer engenho explosivo e, nesse sentido, foi dada por terminada a ocorrência", declarou um porta-voz da PSP.
O homem foi conduzido ao Hospital São Francisco Xavier (onde acabou por ficar internado) tendo em conta "o seu comportamento e atitude", adiantou o subintendente Sérgio Soares, especificando que o homem "apresentava um comportamento anómalo" com um "discurso não coerente". "Nesse sentido, o nosso procedimento não foi de proceder à detenção, mas sim de conduzir a unidade hospitalar", acrescentou.
Questionado sobre o que vai acontecer ao homem e se ainda pode vir a ser detido, Sérgio Soares disse que "é prematuro estar agora a falar sobre esses procedimentos, depende da avaliação médica".
Antes, Sérgio Soares tinha indicado que o homem fora intercetado pelos agentes que se deslocaram ao local, tendo sido depois acionada uma equipa de inativação de explosivos. Na altura, já o porta-voz da PSP dizia que poderia "haver uma questão do foro psicológico".
Com a entrada em ação da equipa de inativação de explosivos, a circulação foi cortada na Rua Miguel Lupi e na Calçada da Estrela, mas acabou por ser reaberta às 14:30.
O porta-voz da PSP disse também que foram retiradas "algumas pessoas" da zona da Assembleia da República mais perto da Calçada da Estrela, "apenas como medida de precaução".
A assessoria do Chega disse à Lusa que o alerta foi dado cerca das 11:30 e relatou que um homem entrou na sede do partido com uma mochila, dirigiu-se a um funcionário e perguntou pelo líder, André Ventura, e "disse que ia colocar uma bomba no edifício".
À chegada para uma arruada no Funchal, na ilha da Madeira, onde se encontra a participar na campanha para as eleições regionais, o presidente do Chega disser ter muito pouca informação sobre o incidente, referindo que sabia apenas que: "Alguém teria entrado ou tentado entrar na nossa sede, ter dito que transportava um engenho explosivo e quereria matar-me".
André Ventura indicou que o partido "entrará em contacto com as autoridades durante o resto do dia de hoje" e que seria avaliada a existência de "algum potencial de risco maior" onde está ou se esta foi "uma situação isolada".
O líder do Chega considerou ainda "lamentável que esta escalada de violência possa continuar", adiantando que o partido vai reavaliar a segurança que tem na sede e a sua segurança pessoal.
Em comunicado divulgado praticamente ao mesmo tempo que André Ventura falava aos jornalistas, o partido alegou que "tudo isto surge como resultado do clima de ódio e de cancelamento que a extrema-esquerda tem criado, nas últimas semanas, a partir de declarações, das outras bancadas, face à liberdade de expressão e à política de perseguição".
O Chega considerou "ser totalmente inadmissível que nos 50 anos do 25 de Abril ainda existam episódios deste tipo" e repudiou "qualquer tipo de comportamento de violência".