O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, garantiu esta quarta-feira que um ataque de Telavive contra o Irão, em resposta à quase duas centenas de mísseis disparados por Teerão contra território israelita na semana passada, seria “letal, preciso e surpreendente”, garantindo que “eles não vão entender o que aconteceu nem como”.
A resposta ao Irão terá sido também um dos temas da conversa que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tiveram ontem ao telefone, a primeira em sete semanas. De acordo com a Casa Branca, a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, também participou no telefonema, que durou cerca de 50 minutos.
Na passada semana, Joe Biden disse que não apoiaria um ataque de retaliação de Israel a locais relacionados com o programa nuclear de Teerão. Perante este cenário, as opções de Telavive vão desde um ataque simbólico - semelhante à forma como Israel respondeu depois de o Irão ter lançado mísseis e drones em abril - até atingir instalações petrolíferas e outras infraestruturas.
Esta conversa entre Biden e Netanyahu ocorreu um dia depois das revelações do novo livro do jornalista norte-americano Bob Woodward, Guerra, segundo o qual Biden deu a conhecer em privado a sua frustração e desconfiança sobre o israelita. De acordo com relatos no livro, o presidente dos EUA chegou mesmo a insultar Netanyahu sobre as suas ações de guerra em Gaza. Woodward escreveu que Biden disse sentir que Netanyahu lhe “mentia regularmente”.
Já o gabinete do líder israelita confirmou, segundo a AP, que Netanyahu conversou na semana passada com Donald Trump, adiantando que a iniciativa partiu do candidato republicano, que o “parabenizou pelas operações intensas e determinadas que Israel realizou contra o Hezbollah”.
Esta quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão deslocou-se à Arábia Saudita para discutir esforços para alcançar um cessar-fogo em Gaza e no Líbano. Abbas Araghchi foi recebido pelo seu homólogo saudita, o príncipe Faisal bin Farhane, com o objetivo de “coordenar, com os países da região, a forma de pôr fim ao genocídio e à agressão do regime israelita e reduzir o sofrimento dos nossos irmãos e irmãs em Gaza e no Líbano”, disse fonte da diplomacia iraniana.
Araghchi visitou Beirute e Damasco na semana passada para falar com as autoridades locais e para pedir um cessar-fogo no Líbano e Gaza.