PIB
30 janeiro 2024 às 09h54
Leitura: 4 min

Economia portuguesa cresce 2,3% em 2023 e evita recessão no 4.º trimestre

Dados do Instituto Nacional de Estatística indicam que o Produto Interno Bruto cresceu 2,3% no ano passado, mais do que previa o Governo (2,2%).

A economia portuguesa cresceu 2,2% em termos homólogos e 0,8% em cadeia no último trimestre de 2023, escapando à recessão técnica, tendo garantido um crescimento do PIB de 2,3% para a totalidade do ano, revelou esta terça-feira o INE. 

O crescimento da economia portuguesa no quarto trimestre de 2023 surpreendeu, já que os economistas consultados esperavam uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em termos homólogos entre 1,2% e 2% e em cadeia entre um crescimento de 0,6% e uma contração de 0,1%.

De acordo com a primeira estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE), no final de 2023, a economia portuguesa cresceu 2,2% face a igual período do ano anterior e 0,8% face ao terceiro trimestre, evitando assim uma recessão técnica, depois do PIB ter contraído 0,2% em cadeia no penúltimo trimestre do ano.

No conjunto do ano 2023, o PIB registou um crescimento de 2,3%, em linha com a meta de 2,2% esperada pelo Governo, após o aumento de 6,8% em 2022, o mais elevado desde 1987. 

Os dados preliminares do INE ainda não detalham a evolução dos vários componentes do PIB, mas o organismo de estatística indica já que "a procura interna apresentou um contributo positivo para a variação anual do PIB, embora inferior ao observado no ano anterior, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e do investimento".

Também o contributo da procura externa líquida foi positivo em 2023, "mas menos intenso que em 2022, tendo as exportações e as importações de bens e serviços em volume desacelerado significativamente".

Por seu lado, o crescimento em cadeia de 0,8% no quarto trimestre resultou do aumento do contributo da procura interna, devido "ao comportamento do consumo privado", enquanto o contributo da procura externa líquida "foi menos negativo".

O INE revela ainda que para a variação homóloga de 2,2% no quarto trimestre de 2023 (após ter aumentado 1,9% no terceiro trimestre) contribuiu a procura interna, que se manteve elevada, com uma aceleração do consumo privado e uma desaceleração do investimento.

Paralelamente, "o contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB passou a positivo, tendo as exportações de bens e serviços em volume apresentado um crescimento mais intenso que as importações".

Na proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o Ministério das Finanças apontou para um crescimento da economia portuguesa de 2,2% em 2023, tal como o Conselho das Finanças Públicas, a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) previa uma taxa de 2,3% e o Banco de Portugal (BdP) de 2,1%.

Exportações e importações de bens caem 1,9% e 5,4% no 4.º trimestre de 2023

A estimativa rápida do INE indica que as exportações de bens diminuíram 1,9% e as importações caíram 5,4% no quarto trimestre de 2023 face ao mesmo período de 2022.

Segundo o INE, "o decréscimo nas transações de bens ocorre pelo terceiro trimestre consecutivo, mas sendo menos acentuado que no trimestre anterior, em que se registaram variações homólogas de -8,7% nas exportações e -12,4% nas importações".

No próximo destaque mensal das estatísticas do Comércio Internacional, previsto para 9 de fevereiro, a estimativa rápida do trimestre será atualizada.

Notícia atualizada às 10:41

Tópicos: Economia, PIB, INE