O silêncio dos moradores, um memorial de flores e velas, em frente à barbearia Granda Pente compuseram o ambiente de consternação na rua Henrique Barrilaro Ruas, em Lisboa, um dia depois do triplo homicídio que ali aconteceu.
Uns metros mais abaixo, continuam os dois carros queimados na quarta-feira à noite e que, alegadamente, seriam propriedade de Fernando, o homicida. Terão sido queimados como retaliação por parte dos moradores do bairro. Atentos estão dois agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP), vestidos com coletes à prova de bala, em frente à entrada do prédio onde Fernando, o principal suspeito, vivia. Na rua, o silêncio - tal como na véspera - é o som mais presente, com alguns moradores à janela, que vão observando as movimentações. Há duas mulheres que, de forma algo discreta, aparecem na rua, dirigem-se ao memorial em frente à barbearia (onde ficam alguns minutos) e depois deixam o local. Em duas ocasiões, há veículos que passam e param em frente à barbearia de Carlos Pina. De resto, são praticamente nulos os sinais daquilo que ali se passara no dia anterior.
À hora do fecho desta edição, Fernando continuava a monte. A caça ao homem foi montada logo após o crime, mas a Polícia Judiciária (PJ), que tomou conta da investigação, dada a natureza criminal do caso, ainda não tinha conseguido deter o suspeito. Fernando, de 33 anos, é morador na rua Henrique Barrilaro Ruas - a mesma em que aconteceu o crime. Com uma pistola 6.35 mm, terá matado Carlos Pina, barbeiro, o taxista Bruno Neto e Fernanda Júlia, sua mulher.