Matheus Nunes entrou na lista dos 26 eleitos de Portugal para o Euro2024 devido à lesão de Otávio. A escolha do jogador do Manchester City “foi uma escolha natural e óbvia” para substituir o médio do Al Nassr, segundo o selecionador nacional. “Durante o estágio de março fez um jogo muito bom contra a Suécia e fez o papel de Otávio. Dá-me tristeza perder o Otávio, porque é um jogador que dá tudo. Acontece, mas deu-me tristeza”, disse hoje Roberto Martínez, na antevisão do Portugal-Finlândia, de amanhã, no Estádio José Alvalade. Será o primeiro de três particulares antes do Europeu, que decorrerá na Alemanha, de 14 de junho a 14 de julho.
E porquê Matheus Nunes e não Pedro Gonçalves do Sporting, por exemplo? “O Matheus tem o perfil do Otávio. Utilizámos 31 jogadores... tivemos que reduzir a 26 jogadores. Está dentro, conhece o grupo e os conceitos. É uma entrada natural. Quanto à questão física trabalhamos bem com o clube. Temos muita informação. Está em condições perfeitas para o primeiro jogo”, defendeu o técnico sem receio de mais lesões antes do arranque da prova.
Otávio é a segunda baixa por lesão, depois de Raphael Guerreiro, que não entrou an lista por se ter lesionado no Bayern Munique. A malapata das ausências forçadas é uma história que se repete desde que há memória de Portugal em grandes competições. A começar pelo Mundial1966, quando o malogrado Fernando Mendes se lesionou com gravidade e falhou o primeiro Campeonato do Mundo da história da seleção. Desde então muitas foram as lesões que atormentaram os selecionadores.
No Euro1984 Manuel Fernandes lesionou-se e não foi a a França e Mundial do México, em 1986, António Veloso foi baixa inesperada. A antiga glória do Benfica ainda hoje reclama inocência e garante que as análises não eram dele, mas, para a história, ficou a ausência no Mundial do México. Em 2002, Simão Sabrosa lesionou-se num particular com a Finlândia acabando por falhar o Mundial da Coreia-Japão. Uma prova que também não viu em campo Kenedy, que acusou doping e foi afastado do grupo.
Em 2004, o país recebeu o Europeu e viu Ricardo Quaresma lesionar-se e ficar de fora das contas de Scolari, selecionador que dois anos depois ficou sem Jorge Andrade para o Mundial2006, que também não viu Bruno Vale, que partiu um pé ao serviço dos sub-21. O azar voltaria a bater à porta de Jorge Andrade, que foi submetido a nova operação e falhou o Euro2008, tal como Quim. O guarda-redes do Benfica fraturou o pulso direito, a escassos dias do arranque da prova. Já em 2010, uma lesão grave impediu Bosingwa de ser chamado para o Mundial, antes de Nani fazer soar o alarme, com uma lesão na clavícula esquerda em pleno estágio, ma África do Sul.
Seguiu-se o duplo azar de Danny, que falhou o Euro2012 e o Euro2016, que também não teve Fábio Coentrão e Bernardo Silva na lista de Fernando Santos... Mas nem por isso o troféu deixou de fazer o seu caminho até à Cidade do Futebol. No Mundial2018 a baixa foi na polivalência, com a ausência de Danilo. No Euro2020 foi Pedro Neto a falhar a entrada na lista de Fernando Santos, que no Mundial2022 ficou sem Diogo Jota e depois sem João Cancelo testou positivo à covid-19 e foi assim a última vítima da malapata das lesões, que agora apanhou Otávio.