Guerra
10 abril 2024 às 00h08
Leitura: 4 min

EUA enviaram armas e munições apreendidas do Irão para a Ucrânia

Antony Blinken disse ser “imperativo” que a Câmara dos Representantes consiga uma votação sobre a ajuda a Kiev “o mais rápido possível”.

Os Estados Unidos forneceram à Ucrânia armas pequenas e munições que foram apreendidas durante o envio feito pelas forças iranianas para os rebeldes apoiados por Teerão no Iémen, revelaram ontem fontes militares norte-americanas. A transferência foi levada a cabo na semana passada, num momento em que a Ucrânia sofre com uma escassez significativa de munições e os legisladores republicanos do Congresso dos Estados Unidos continuam a bloquear novos financiamentos de ajuda, mas não conseguiu suprir a necessidade de Kiev de itens essenciais, como artilharia e munições de defesa aérea. 

“O governo dos EUA transferiu mais de 5 000 AK-47, metralhadoras, espingardas de precisão, RPG-7 e mais de 500000 cartuchos de 7,62 mm para as forças armadas ucranianas” na quinta-feira, enumerou o Comando Central dos EUA (CENTCOM). “Estas armas ajudarão a Ucrânia a defender-se contra a invasão russa” e são suficientes para equipar uma brigada, afirmou a mesma fonte. 

As armas e munições em causa foram apreendidas entre maio de 2021 e fevereiro de 2023 de quatro “navios sem pátria”, enquanto os fornecimentos eram transferidos da Guarda Revolucionária do Irão para os rebeldes Houthi do Iémen, disse ainda o CENTCOM. “O governo obteve a propriedade destas munições a 1 de dezembro de 2023, através de pedidos de apreensão civil do Departamento de Justiça”, afirmou. Washington já havia feito uma transferência semelhante para a Ucrânia no início de outubro, fornecendo 1,1 milhões de cartuchos de munições de 7,62 mm que foram apreendidos às forças iranianas a caminho do Iémen.

Mas o financiamento para artilharia vital e munições de defesa aérea para a Ucrânia está retido no Congresso pelos republicanos desde o ano passado, estando em causa um pacote de apoio de 60 mil milhões de dólares (55,2 mil milhões de euros).

O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, testemunhou ontem no Senado, dizendo que se Washington não cumprir o seu compromisso com Kiev encorajará os inimigos da América. “Seria um sinal de que os Estados Unidos não são um parceiro confiável, e isso encorajaria os autocratas de todo o mundo a fazer o tipo de coisas que Putin fez”, disse.

Também ontem, o secretário de Estado Antony Blinken, numa declaração conjunta com o seu homólogo britânico, David Cameron, disse ser “imperativo” a Câmara dos Representantes conseguir uma votação sobre a ajuda à Ucrânia “o mais rápido possível”. “Sabemos o que eles precisam e sabemos o que é certo para nós. Sabemos que se dermos aos ucranianos o apoio que merecem, eles poderão vencer esta guerra”, afirmou Cameron.

com agências