São três as figuras que, desde esta terça-feira e até quinta-feira, vão ser ouvidas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao caso das gémeas. Dois estão ligados à Presidência da República - Fernando Frutuoso de Melo, chefe da Casa Civil é o primeiro (esta terça-feira, a partir das 14.00 horas). Esta quarta-feira à mesma hora é a vez de Maria João Ruela, assessora do Presidente para os assuntos sociais e comunidades portuguesas, ir à Assembleia da República. O terceiro está ligado ao Governo de António Costa. Francisco André vai responder aos deputados na quinta-feira. À data dos factos era chefe de gabinete do ex-primeiro-ministro.
As estratégias de parte a parte são, no entanto, praticamente um mistério. Não obstante, ao DN, fonte da bancada parlamentar do Livre confirmou que o foco principal vão ser os dois nomes ligados a Belém. Afinal, “ao que se sabe, tiveram intervenção direta no caso” e, por isso, o partido quer perceber se, noutras ocasiões, “chegaram pedidos semelhantes à Presidência, que foram tratados de igual modo”. De acordo com a mesma fonte, as missivas enviadas pela Casa Civil “não têm o remetente original”, ou seja, “copiam apenas o texto e enviam num ofício”, sem se saber de onde é originária a mensagem. Isso terá acontecido na mensagem que chegou à Presidência com o pedido de ajuda para as duas gémeas luso-brasileiras. Mas terá sido sempre assim ou foi apenas nesta ocasião, tendo em conta os envolvidos no caso? Houve diferenças na forma como casos semelhantes foram tratados? “É isso que importa esclarecer e perceber” nestes dois intervenientes. E, segundo apurou o DN, Mário Pinto (assessor presidencial para a área da saúde), poderá ir à CPI, uma vez que já teve a sua audição aprovada. A data e os moldes estão ainda por definir.
Já calendarizadas estão as audições de Samir Assad, pai das gémeas, e de Paulo Jorge Nascimento, antigo cônsul-geral de Portugal em São Paulo. Em ambos os casos, a CPI aguarda resposta sobre as datas e, no caso de Samir Assad, não foi acusada a receção da convocatória enviada no final de junho. Caso aceitem depor, vão fazê-lo a 10 e a 13 de setembro, respetivamente. Ou seja: depois do regresso das férias parlamentares e já na reta final da sessão legislativa (que termina no dia 14 de setembro).
Na quarta-feira será a vez de Francisco André responder aos deputados que compõem a CPI. À altura dos factos, o agora embaixador da União Europeia no México era chefe de gabinete de António Costa. Aqui, afirma fonte ligada à CPI, o “principal fator será perceber se se encaminhavam pedidos diretamente para o Ministério da Saúde”. Além disso, é também “necessário” esclarecer: “Houve ou não intervenção direta do ex-primeiro-ministro, António Costa? Parece que não, pelo que se sabe até agora, mas é importante clarificar.”