Brasil
23 janeiro 2024 às 14h58
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Assassino de Marielle Franco revela quem a mandou matar

Ronnie Lessa, autor dos disparos, aceitou colaborar com as investigações, depois de três anos preso. Jornal The Intercept Brasil avança com o nome do ex-deputado Domingos Brazão.

O autor moral da execução da vereadora Marielle Franco é Domingos Brazão, um empresário e ex-deputado do Rio de Janeiro. Pelo menos, é o que diz Ronnie Lessa, o autor dos disparos que, em março de 2018, mataram não só a vereadora como também o motorista dela, Anderson Gomes, segundo informações do jornal The Intercept Brasil. O advogado de Brazão não confirma a notícia e a polícia federal ainda não se pronunciou.

Lessa, preso há quase três anos, decidiu nos últimos dias colaborar com a polícia, seguindo o caminho percorrido no ano passado por Élcio Queiroz, que guiava o veículo de onde saíram os tiros que mataram Marielle. Na ocasião, Queiroz contou detalhes do crime, entretanto confirmados pelos investigadores, mas disse desconhecer quem tinha encomendado a execução a Lessa.

Lessa terá agora denunciado Brazão, 58 anos, ex-vereador, ex-deputado estadual do Rio por cinco mandatos consecutivos, pelo MDB, partido de centro direita, entre outros, do antigo presidente Michel Temer, conselheiro do tribunal de contas local e “colecionador de polémicas e processos”, segundo a imprensa brasileira.

Brazão chegou a ser preso, em 2017, um ano antes do assassinato de Marielle, na Operação Quinto do Ouro, um desdobramento carioca da Operação Lava Jato. Mais tarde, em maio de 2020, foi falado como suspeito da morte da vereadora, por Laurita Vaz, juíza do Supremo Tribunal de Justiça, mas sempre negou qualquer participação.

A motivação de Brazão pode ter sido uma vingança pessoal contra Marcelo Freixo, mentor político de Marielle, então no PSOL, partido, de esquerda, de ambos, e hoje a militar no PT, formação de centro-esquerda do presidente Lula da Silva, e na chefia de um órgão público ligado ao turismo.

Brazão fora citado na Comissão Parlamentar de Inquérito das Milícias, em 2008, presidida por Freixo. E Freixo teve papel fundamental na deflagração da Operação Cadeia Velha, meses antes da morte de Marielle, uma investigação que levou à detenção de aliados de Brazão

* em São Paulo