Paris 2024
01 setembro 2024 às 11h57
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Miguel Monteiro conquista primeira medalha de ouro de Portugal nos Jogos Paralímpicos

O atleta de Viseu é o novo campeão olímpico no lançamento do peso F40, um feito alcançado com um novo recorde paralímpico.

Miguel Monteiro conquistou este domingo a primeira medalha de ouro para Portugal nos Jogos Paralímpicos Paris 2024. 

O atleta de Viseu venceu o concurso de lançamento do peso F40 com a marca de 11.21 metros, que é novo recorde paralímpico, garantindo assim a sua segunda medalhe em Jogos, depois do bronze que conquistou em Tóquio 2020. 

A medalha de Miguel Monteiro é a 95.ª de Portugal em 11 participações em Jogos Paralímpicos, a 26.ª de ouro.

Miguel Monteiro disse que o ouro hoje conseguido em Paris2024 "é fruto de muito trabalho" e quer fazer dele um estímulo levar mais pessoas com deficiência à prática do desporto.

"Foi uma prova competitiva, apesar de no segundo ensaio ter passado para a frente (11,02) sabia que era sempre possível que outro pudesse fazer melhor do que eu. Depois, o terceiro ensaio (11,21) foi muito bom", disse, acrescentando: "Acho que consigo fazer melhor, mas isso fica para a próxima".

Miguel Monteiro, atleta da Casa do Povo de Mangualde, admite que o bronze conseguido em Tóquio2020 lhe ensinou várias coisas: "Depois do bronze, melhorámos algumas coisas, preparámo-nos ao longo do ciclo, que foi de três anos, e, sobretudo, nos últimos três meses para esta prova. Deu resultado, hoje foi o nosso dia".

Aos 23 anos, e com uma licenciatura em engenharia concluída este ano, Miguel Monteiro, confessou que os últimos tempos "foram de sacrifício na vida desportiva e social" e, por isso, agora é "tempo de descansar e relaxar", antes de pensar no próximo ciclo rumo a Los Angeles2028.

O ouro conseguido, o primeiro do atletismo paralímpico português desde Sydney2000, o ano em que nasceu, é para o atleta "uma recompensa de muito trabalho",

Miguel Monteiro considera-se "um privilegiado" por estar nos Jogos Paris2024, e por poder contar com "o apoio da família, dos amigos, da Casa do Povo de Mangualde e do Comité Paralímpico de Portugal".

"Todos juntos, conseguimos que este ouro se alcançasse", afirmou, esperando que o seu ouro "impacte da melhor forma" e leve mais pessoas com deficiência à prática do desporto.

Já com a medalha de ouro ao peito, Miguel Monteiro deixou o apelo: "Precisamos de mais atletas, necessitamos que os pais libertem os filhos para eles poderem praticar desporto. É muito importante que os miúdos pratiquem desporto para se sentirem bem, não só física, mas também mentalmente".

No Stade de France, praticamente lotado, Miguel Monteiro partilhou o pódio com o mongol Battulga Tsegmid (11,09), medalha de prata, e com o iraquiano Garrah Tnaiash (11,03), que foi bronze.

Esta medalha surge no dia em que Portugal somou dois diplomas por Beatriz Monteiro e André Ramos, que foram afastados nos quartos de final dos torneios de badminton e boccia, respetivamente.

Beatriz Monteiro terminou na quinta posição o torneio de badminton SU5, após ser derrotada pela dinamarquesa Cathrine Rosengren por 2-0 (21-19 e 21-10) nos quartos de final.

Na Arena Porte La Chapelle, onde tinha perdido um jogo e vencido outro na fase de grupos, Beatriz Monteiro, de 18 anos, igualou assim a classificação conseguida nos Jogos Paralímpicos Tóquio2020, nos quais foi a mais jovem atleta portuguesa a competir.

No boccia, André Ramos perdeu por 3-2 com o sul-coreano Sungjong Jung, no jogo que garantia o acesso às meias-finais, e à luta pelas medalhas no torneio individual de BC1.

Com os quintos lugares de Beatriz Monteiro e André Ramos, Portugal passou a somar quatro diplomas em Paris, depois dos conseguidos pelo nadador Marco Meneses, nos 400 metros livres S11, e pelo ciclista Telmo Pinão, na prova de 3.000 metros de perseguição individual C2.