A criação de Centros de Atendimento Clínico (CAC) para doentes não urgentes (os que são referenciados pelos hospitais do Serviço Nacional de Saúde com pulseiras verdes e azuis) é uma das medidas que integra o Plano de Emergência e Transformação da Saúde (PETS) apresentado pelo Governo no final de maio com o objetivo de aliviar a pressão das urgências hospitalares no período de verão e não só.
E o primeiro CAC deverá avançar já no início de julho no Hospital da Prelada, da Misericórdia do Porto. A data foi ontem acertada pela ministra da Saúde e o Conselho de Administração daquela unidade durante a discussão dos termos do protocolo que vai vigorar, por 18 meses.
Segundo apurou o DN, Ana Paula Martins deslocou-se ontem ao Porto precisamente para acertar os detalhes do protocolo, faltando agora só definir a data da sua assinatura, e visitar as instalações, que sofreram obras e foram reconvertidas para que este CAC possa receber diariamente até 365 doentes não urgentes referenciados das urgências dos hospitais São João e Santo António e da Linha SNS24.
Recorde-se que, e como explicou a própria ministra na apresentação do PETS, a criação destes centros para libertar doentes não urgentes dos hospitais não é propriamente nova. Em tempos, o próprio SNS teve um modelo semelhante que funcionava em vários centros de saúde, eram os Serviços de Atendimento Permanente (SAP), que funcionavam uns até às 20:00, outros até às 22:00 e outros ainda até às 24:00.
O modelo qur irá vigorar agora tem algumas diferenças, desde logo porque a resposta aos doentes do SNS vai ser dada por parceiros do setor social, no caso do Porto é a unidade da Misericórdia, no caso de Lisboa já está definido que é o Hospital das Forças Armadas, embora ainda não se saiba quando será assinado o protocolo com esta entidade - fonte do ministério referiu ao DN que, embora um pouco mais atrasado, o objetivo é que este comece também a funcionar em julho.
Para já sabe-se que estes serviços não funcionarão como “serviços de porta aberta”. Ou seja, explicaram-nos, "o CAC da Prelada funcionará como um serviço deslocalizado dos dois hospitais do Porto", sendo que para lá só irão doentes referenciados nas urgências do São João e do Santo António e considerados não urgentes ou, então, referenciados pela Linha SNS24”.
A mesma fonte destacou ainda que “ninguém será obrigado a ir para o CAC. O processo será voluntário. O doente é triado nas urgências e será informado sobre a existência do serviço. Se aceitar ser consultado lá será transportado. Se preferir ficar na urgência hospitalar onde já está terá de aguardar o tempo que for necessário para o seu atendimento, sejam duas, três, quatro ou mais horas”.