Geopolítica
11 junho 2024 às 07h19
Leitura: 31 min

Recorde pós-1945 de países envolvidos em conflitos. Portugal continua o 7.º mais pacífico do mundo

O Índice Global da Paz revela um cenário cheio de perigos, muito por culpa das guerras na Ucrânia e em Gaza, mas também de uma série de conflitos em todo o mundo. Islândia continua a ser o país mais pacífico. O Iémen substituiu neste relatório de 2024 o Afeganistão no fundo da tabela.

Desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, que não havia tantos conflitos (56), nem tantos países envolvidos em conflitos para além das suas fronteiras (92), conclui o Índice Global de Paz (IGP) 2024, também conhecido como Global Peace Index, divulgado esta terça-feira, e relativo à situação geopolítica no ano passado.

“O mundo está num ponto de inflexão e investir na paz é mais necessário do que nunca. O conflito está no nível mais alto desde o final da Segunda Guerra Mundial, com 56 conflitos a ocorrerem em todo o mundo. Temos notado nos últimos anos que os pequenos conflitos têm tendência a internacionalizar-se, com a intervenção de atores regionais e globais, e por isso duram mais tempo e geram mais vítimas. Hoje, 92 países estão envolvidos num conflito para além das suas fronteiras e esse é o número mais elevado registado desde o início do Índice Global de Paz. Esta evolução gerou 162 000 mortes em combate no ano passado, com mais de 75% delas na Ucrânia ou em Gaza”, explica Serge Stroobants, diretor para a Europa e o Médio Oriente do Instituto para a Economia e a Paz, um think tank internacional com sede na Austrália, responsável pelo IGP.

Acrescenta ainda o belga Stroobants que “a natureza da guerra evoluiu e os conflitos estão a tornar-se cada vez mais insolúveis. Os investimentos nas forças armadas estão a aumentar rapidamente e esta tendência irá acelerar nos próximos meses e anos. Esta é uma mudança de tendência após mais de uma década de diminuição dos investimentos. Em 2023, 108 países tornaram-se mais militarizados. Os exércitos modernos de hoje apresentam um nível de sofisticação mais elevado e com menos pessoas. Os investimentos são feitos principalmente em níveis mais elevados de desenvolvimento tecnológico de capacidades militares, como os drones, por exemplo, com um aumento de dez vezes na utilização desses drones e nas baixas que eles geram”.

O IGP, construído com base num complexo conjunto de critérios com valorações positivas e negativas, continua a colocar a Islândia como o país mais pacífico do mundo, seguida da Irlanda e da Áustria. Portugal manteve a sétima posição a nível global, quinta em termos europeus. “Os resultados de Portugal têm um significado especial, num ano em que os principais indicadores de paz e segurança internacional voltaram a cair. Os números e tendências apresentados no Global Peace Index 2024 mostram como o contexto geopolítico atual é, de fato, preocupante, com um aumento das ameaças externas e internas. Só é possível Portugal manter-se como um dos países mais seguros do mundo, e entre os cinco mais seguros da Europa, com uma aposta contínua em paz e resiliência”, diz ao DN Filipe Domingues, representante em Portugal do think tank com sede em Sidney.

O país menos pacífico do mundo é agora o Iémen, que substituiu o Afeganistão. E o Médio Oriente e o Norte de África (conhecido  pela sigla em inglês MENA) continua a ser a região menos pacífica, com quatro dos dez países que obtêm as piores classificações do IGP. E é palco de um dos grandes conflitos da atualidade, o que opõe em Gaza Israel ao Hamas, com o Estado Judaico a retaliar militarmente pelo massacre em outubro do ano passado de mais de mil israelitas e o sequestro de duas centenas, retaliação que já provocou cerca de 33 mil mortes, muitas delas civis palestinianos. Segundo o relatório do IGP, que vai na sua 18.ª edição, no ano passado registaram-se 162 mil mortes relacionadas com conflitos, com as guerras na Ucrânia e em Gaza a serem responsáveis por três quartos do total. As estimativas para as mortes em 2023 na Ucrânia são de 83 mil, o que significa que a Europa, apesar de ter sete países entre os dez mais pacíficos, é palco na parte leste do conflito mais mortífero do nosso tempo, resultado da invasão russa de fevereiro de 2022. No anterior relatório do IGP, o conflito mais mortífero acontecia no Corno de África, cem mil mortes em 2022, como relembrou Stroobants em entrevista no ano passado ao DN, em que título foi “o conflito que fez mais vítimas no ano passado não foi o da Ucrânia, mas sim a guerra do Tigré, na Etiópia”.

“O mundo precisa de abordar conflitos menores e resolvê-los antes que tenham a oportunidade de se agravar. Em 2019, a Ucrânia, Gaza e a Etiópia ainda eram consideradas conflitos menores, gerando entre 25 e 1000 vítimas, hoje estes três conflitos estão a gerar a grande maioria das 162 mil vítimas de batalhas registadas no ano passado. Dos 56 conflitos em curso no mundo, 19 já duram há mais de uma década. Em conflitos como o da Ucrânia ou de Gaza, o sofrimento humano e a destruição têm de parar, o crescente impacto económico e financeiro tem de parar, é necessário desenvolver e assinar cessar-fogos duradouros e respeitados. A confiança, a segurança e o desenvolvimento precisam de ser restaurados através de mediação e negociações e a paz estrutural e sistémica precisa de ser construída. O próprio conceito de Paz Positiva do IEP explica e mede os efeitos positivos de tal abordagem, trazendo novas perspetivas para a paz nesses conflitos intratáveis”, sublinha o diretor para a Europa e MENA do IGP.

O IGP não aborda apenas conflitos clássicos. E é relevante que o relatório de 2024 aponte a América do Norte como palco da maior deterioração regional, “impulsionada pelo aumento da criminalidade violenta”. Os Estados Unidos, primeira potência militar do planeta e primeira economia mundial,  surgem no IGP em 132.º E é interessante também a avaliação que é feita do impacto económico da violência, que em 2023 foi de 19,1 biliões de dólares (2380 dólares por pessoa), o equivalente a 13,5% do PIB global, o que é igual ao PIB chinês ou ao PIB somado dos 27 países da União Europeia. Ou seja, as guerras, e outro tipo de violência, causam mortes, mas também pobreza, impedindo o desenvolvimento de inúmeros países. Hoje, como destaca o IGP, 110 milhões de pessoas no mundo são refugiados ou deslocados internamente.

Num contexto de degradação da paz no planeta, a mais elevada desde que o IGP surgiu em 2008, pois 97 países foram nesse sentido, há, apesar de tudo, alguns casos de progresso na tabela que mede os países mais e menos pacíficos, como são os casos de Singapura, que entrou pela primeira vez no grupo dos cinco mais, e dos Emirados Árabes Unidos, país que, apesar de ser da região MENA, subiu 31 posições, estando agora em 53.º.

Steve Killelea, o australiano presidente e também fundador do Instituto para a Economia e a Paz, em jeito de síntese do relatório IGP 2024, alerta: “na última década, a tranquilidade diminuiu em nove dos dez anos. Assistimos a um número recorde de conflitos, a um aumento da militarização e a uma maior concorrência estratégica internacional. Os conflitos afetam negativamente a economia global e o risco empresarial resultante de conflitos nunca foi tão elevado, agravando as atuais vulnerabilidades económicas globais. É imperativo que os governos e as empresas em todo o mundo intensifiquem os seus esforços para resolver os muitos conflitos menores antes que se transformem em crises maiores. Já se passaram 80 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial e as crises atuais sublinham a urgência dos líderes mundiais se comprometerem a investir na resolução destes conflitos.”

O país menos pacífico do mundo é agora o Iémen, que substituiu o Afeganistão. E o Médio Oriente e o Norte de África (conhecido  pela sigla em inglês MENA) continua a ser a região menos pacífica, com quatro dos dez países que obtêm as piores classificações do IGP. E é palco de um dos grandes conflitos da atualidade, o que opõe em Gaza Israel ao Hamas, com o Estado Judaico a retaliar militarmente pelo massacre em outubro do ano passado de mais de mil israelitas e o sequestro de duas centenas, retaliação que já provocou cerca de 33 mil mortes, muitas delas civis palestinianos. Segundo o relatório do IGP, que vai na sua 18.ª edição, no ano passado registaram-se 162 mil mortes relacionadas com conflitos, com as guerras na Ucrânia e em Gaza a serem responsáveis por três quartos do total. As estimativas para as mortes em 2023 na Ucrânia são de 83 mil, o que significa que a Europa, apesar de ter sete países entre os dez mais pacíficos, é palco na parte leste do conflito mais mortífero do nosso tempo, resultado da invasão russa de fevereiro de 2022. No anterior relatório do IGP, o conflito mais mortífero acontecia no Corno de África, cem mil mortes em 2022, como relembrou Stroobants em entrevista no ano passado ao DN, em que título foi “o conflito que fez mais vítimas no ano passado não foi o da Ucrânia, mas sim a guerra do Tigré, na Etiópia”.

“O mundo precisa de abordar conflitos menores e resolvê-los antes que tenham a oportunidade de se agravar. Em 2019, a Ucrânia, Gaza e a Etiópia ainda eram consideradas conflitos menores, gerando entre 25 e 1000 vítimas, hoje estes três conflitos estão a gerar a grande maioria das 162 mil vítimas de batalhas registadas no ano passado. Dos 56 conflitos em curso no mundo, 19 já duram há mais de uma década. Em conflitos como o da Ucrânia ou de Gaza, o sofrimento humano e a destruição têm de parar, o crescente impacto económico e financeiro tem de parar, é necessário desenvolver e assinar cessar-fogos duradouros e respeitados. A confiança, a segurança e o desenvolvimento precisam de ser restaurados através de mediação e negociações e a paz estrutural e sistémica precisa de ser construída. O próprio conceito de Paz Positiva do IEP explica e mede os efeitos positivos de tal abordagem, trazendo novas perspetivas para a paz nesses conflitos intratáveis”, sublinha o diretor para a Europa e MENA do IGP.

O IGP não aborda apenas conflitos clássicos. E é relevante que o relatório de 2024 aponte a América do Norte como palco da maior deterioração regional, “impulsionada pelo aumento da criminalidade violenta”. Os Estados Unidos, primeira potência militar do planeta e primeira economia mundial,  surgem no IGP em 132.º E é interessante também a avaliação que é feita do impacto económico da violência, que em 2023 foi de 19,1 biliões de dólares (2380 dólares por pessoa), o equivalente a 13,5% do PIB global, o que é igual ao PIB chinês ou ao PIB somado dos 27 países da União Europeia. Ou seja, as guerras, e outro tipo de violência, causam mortes, mas também pobreza, impedindo o desenvolvimento de inúmeros países. Hoje, como destaca o IGP, 110 milhões de pessoas no mundo são refugiados ou deslocados internamente.

Num contexto de degradação da paz no planeta, a mais elevada desde que o IGP surgiu em 2008, pois 97 países foram nesse sentido, há, apesar de tudo, alguns casos de progresso na tabela que mede os países mais e menos pacíficos, como são os casos de Singapura, que entrou pela primeira vez no grupo dos cinco mais, e dos Emirados Árabes Unidos, país que, apesar de ser da região MENA, subiu 31 posições, estando agora em 53.º.

Steve Killelea, o australiano presidente e também fundador do Instituto para a Economia e a Paz, em jeito de síntese do relatório IGP 2024, alerta: “na última década, a tranquilidade diminuiu em nove dos dez anos. Assistimos a um número recorde de conflitos, a um aumento da militarização e a uma maior concorrência estratégica internacional. Os conflitos afetam negativamente a economia global e o risco empresarial resultante de conflitos nunca foi tão elevado, agravando as atuais vulnerabilidades económicas globais. É imperativo que os governos e as empresas em todo o mundo intensifiquem os seus esforços para resolver os muitos conflitos menores antes que se transformem em crises maiores. Já se passaram 80 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial e as crises atuais sublinham a urgência dos líderes mundiais se comprometerem a investir na resolução destes conflitos.”

O país menos pacífico do mundo é agora o Iémen, que substituiu o Afeganistão. E o Médio Oriente e o Norte de África (conhecido  pela sigla em inglês MENA) continua a ser a região menos pacífica, com quatro dos dez países que obtêm as piores classificações do IGP. E é palco de um dos grandes conflitos da atualidade, o que opõe em Gaza Israel ao Hamas, com o Estado Judaico a retaliar militarmente pelo massacre em outubro do ano passado de mais de mil israelitas e o sequestro de duas centenas, retaliação que já provocou cerca de 33 mil mortes, muitas delas civis palestinianos. Segundo o relatório do IGP, que vai na sua 18.ª edição, no ano passado registaram-se 162 mil mortes relacionadas com conflitos, com as guerras na Ucrânia e em Gaza a serem responsáveis por três quartos do total. As estimativas para as mortes em 2023 na Ucrânia são de 83 mil, o que significa que a Europa, apesar de ter sete países entre os dez mais pacíficos, é palco na parte leste do conflito mais mortífero do nosso tempo, resultado da invasão russa de fevereiro de 2022. No anterior relatório do IGP, o conflito mais mortífero acontecia no Corno de África, cem mil mortes em 2022, como relembrou Stroobants em entrevista no ano passado ao DN, em que título foi “o conflito que fez mais vítimas no ano passado não foi o da Ucrânia, mas sim a guerra do Tigré, na Etiópia”.

“O mundo precisa de abordar conflitos menores e resolvê-los antes que tenham a oportunidade de se agravar. Em 2019, a Ucrânia, Gaza e a Etiópia ainda eram consideradas conflitos menores, gerando entre 25 e 1000 vítimas, hoje estes três conflitos estão a gerar a grande maioria das 162 mil vítimas de batalhas registadas no ano passado. Dos 56 conflitos em curso no mundo, 19 já duram há mais de uma década. Em conflitos como o da Ucrânia ou de Gaza, o sofrimento humano e a destruição têm de parar, o crescente impacto económico e financeiro tem de parar, é necessário desenvolver e assinar cessar-fogos duradouros e respeitados. A confiança, a segurança e o desenvolvimento precisam de ser restaurados através de mediação e negociações e a paz estrutural e sistémica precisa de ser construída. O próprio conceito de Paz Positiva do IEP explica e mede os efeitos positivos de tal abordagem, trazendo novas perspetivas para a paz nesses conflitos intratáveis”, sublinha o diretor para a Europa e MENA do IGP.

O IGP não aborda apenas conflitos clássicos. E é relevante que o relatório de 2024 aponte a América do Norte como palco da maior deterioração regional, “impulsionada pelo aumento da criminalidade violenta”. Os Estados Unidos, primeira potência militar do planeta e primeira economia mundial,  surgem no IGP em 132.º E é interessante também a avaliação que é feita do impacto económico da violência, que em 2023 foi de 19,1 biliões de dólares (2380 dólares por pessoa), o equivalente a 13,5% do PIB global, o que é igual ao PIB chinês ou ao PIB somado dos 27 países da União Europeia. Ou seja, as guerras, e outro tipo de violência, causam mortes, mas também pobreza, impedindo o desenvolvimento de inúmeros países. Hoje, como destaca o IGP, 110 milhões de pessoas no mundo são refugiados ou deslocados internamente.

Num contexto de degradação da paz no planeta, a mais elevada desde que o IGP surgiu em 2008, pois 97 países foram nesse sentido, há, apesar de tudo, alguns casos de progresso na tabela que mede os países mais e menos pacíficos, como são os casos de Singapura, que entrou pela primeira vez no grupo dos cinco mais, e dos Emirados Árabes Unidos, país que, apesar de ser da região MENA, subiu 31 posições, estando agora em 53.º.

Steve Killelea, o australiano presidente e também fundador do Instituto para a Economia e a Paz, em jeito de síntese do relatório IGP 2024, alerta: “na última década, a tranquilidade diminuiu em nove dos dez anos. Assistimos a um número recorde de conflitos, a um aumento da militarização e a uma maior concorrência estratégica internacional. Os conflitos afetam negativamente a economia global e o risco empresarial resultante de conflitos nunca foi tão elevado, agravando as atuais vulnerabilidades económicas globais. É imperativo que os governos e as empresas em todo o mundo intensifiquem os seus esforços para resolver os muitos conflitos menores antes que se transformem em crises maiores. Já se passaram 80 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial e as crises atuais sublinham a urgência dos líderes mundiais se comprometerem a investir na resolução destes conflitos.”

O país menos pacífico do mundo é agora o Iémen, que substituiu o Afeganistão. E o Médio Oriente e o Norte de África (conhecido  pela sigla em inglês MENA) continua a ser a região menos pacífica, com quatro dos dez países que obtêm as piores classificações do IGP. E é palco de um dos grandes conflitos da atualidade, o que opõe em Gaza Israel ao Hamas, com o Estado Judaico a retaliar militarmente pelo massacre em outubro do ano passado de mais de mil israelitas e o sequestro de duas centenas, retaliação que já provocou cerca de 33 mil mortes, muitas delas civis palestinianos. Segundo o relatório do IGP, que vai na sua 18.ª edição, no ano passado registaram-se 162 mil mortes relacionadas com conflitos, com as guerras na Ucrânia e em Gaza a serem responsáveis por três quartos do total. As estimativas para as mortes em 2023 na Ucrânia são de 83 mil, o que significa que a Europa, apesar de ter sete países entre os dez mais pacíficos, é palco na parte leste do conflito mais mortífero do nosso tempo, resultado da invasão russa de fevereiro de 2022. No anterior relatório do IGP, o conflito mais mortífero acontecia no Corno de África, cem mil mortes em 2022, como relembrou Stroobants em entrevista no ano passado ao DN, em que título foi “o conflito que fez mais vítimas no ano passado não foi o da Ucrânia, mas sim a guerra do Tigré, na Etiópia”.

“O mundo precisa de abordar conflitos menores e resolvê-los antes que tenham a oportunidade de se agravar. Em 2019, a Ucrânia, Gaza e a Etiópia ainda eram consideradas conflitos menores, gerando entre 25 e 1000 vítimas, hoje estes três conflitos estão a gerar a grande maioria das 162 mil vítimas de batalhas registadas no ano passado. Dos 56 conflitos em curso no mundo, 19 já duram há mais de uma década. Em conflitos como o da Ucrânia ou de Gaza, o sofrimento humano e a destruição têm de parar, o crescente impacto económico e financeiro tem de parar, é necessário desenvolver e assinar cessar-fogos duradouros e respeitados. A confiança, a segurança e o desenvolvimento precisam de ser restaurados através de mediação e negociações e a paz estrutural e sistémica precisa de ser construída. O próprio conceito de Paz Positiva do IEP explica e mede os efeitos positivos de tal abordagem, trazendo novas perspetivas para a paz nesses conflitos intratáveis”, sublinha o diretor para a Europa e MENA do IGP.

O IGP não aborda apenas conflitos clássicos. E é relevante que o relatório de 2024 aponte a América do Norte como palco da maior deterioração regional, “impulsionada pelo aumento da criminalidade violenta”. Os Estados Unidos, primeira potência militar do planeta e primeira economia mundial,  surgem no IGP em 132.º E é interessante também a avaliação que é feita do impacto económico da violência, que em 2023 foi de 19,1 biliões de dólares (2380 dólares por pessoa), o equivalente a 13,5% do PIB global, o que é igual ao PIB chinês ou ao PIB somado dos 27 países da União Europeia. Ou seja, as guerras, e outro tipo de violência, causam mortes, mas também pobreza, impedindo o desenvolvimento de inúmeros países. Hoje, como destaca o IGP, 110 milhões de pessoas no mundo são refugiados ou deslocados internamente.

Num contexto de degradação da paz no planeta, a mais elevada desde que o IGP surgiu em 2008, pois 97 países foram nesse sentido, há, apesar de tudo, alguns casos de progresso na tabela que mede os países mais e menos pacíficos, como são os casos de Singapura, que entrou pela primeira vez no grupo dos cinco mais, e dos Emirados Árabes Unidos, país que, apesar de ser da região MENA, subiu 31 posições, estando agora em 53.º.

Steve Killelea, o australiano presidente e também fundador do Instituto para a Economia e a Paz, em jeito de síntese do relatório IGP 2024, alerta: “na última década, a tranquilidade diminuiu em nove dos dez anos. Assistimos a um número recorde de conflitos, a um aumento da militarização e a uma maior concorrência estratégica internacional. Os conflitos afetam negativamente a economia global e o risco empresarial resultante de conflitos nunca foi tão elevado, agravando as atuais vulnerabilidades económicas globais. É imperativo que os governos e as empresas em todo o mundo intensifiquem os seus esforços para resolver os muitos conflitos menores antes que se transformem em crises maiores. Já se passaram 80 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial e as crises atuais sublinham a urgência dos líderes mundiais se comprometerem a investir na resolução destes conflitos.”

O país menos pacífico do mundo é agora o Iémen, que substituiu o Afeganistão. E o Médio Oriente e o Norte de África (conhecido  pela sigla em inglês MENA) continua a ser a região menos pacífica, com quatro dos dez países que obtêm as piores classificações do IGP. E é palco de um dos grandes conflitos da atualidade, o que opõe em Gaza Israel ao Hamas, com o Estado Judaico a retaliar militarmente pelo massacre em outubro do ano passado de mais de mil israelitas e o sequestro de duas centenas, retaliação que já provocou cerca de 33 mil mortes, muitas delas civis palestinianos. Segundo o relatório do IGP, que vai na sua 18.ª edição, no ano passado registaram-se 162 mil mortes relacionadas com conflitos, com as guerras na Ucrânia e em Gaza a serem responsáveis por três quartos do total. As estimativas para as mortes em 2023 na Ucrânia são de 83 mil, o que significa que a Europa, apesar de ter sete países entre os dez mais pacíficos, é palco na parte leste do conflito mais mortífero do nosso tempo, resultado da invasão russa de fevereiro de 2022. No anterior relatório do IGP, o conflito mais mortífero acontecia no Corno de África, cem mil mortes em 2022, como relembrou Stroobants em entrevista no ano passado ao DN, em que título foi “o conflito que fez mais vítimas no ano passado não foi o da Ucrânia, mas sim a guerra do Tigré, na Etiópia”.

“O mundo precisa de abordar conflitos menores e resolvê-los antes que tenham a oportunidade de se agravar. Em 2019, a Ucrânia, Gaza e a Etiópia ainda eram consideradas conflitos menores, gerando entre 25 e 1000 vítimas, hoje estes três conflitos estão a gerar a grande maioria das 162 mil vítimas de batalhas registadas no ano passado. Dos 56 conflitos em curso no mundo, 19 já duram há mais de uma década. Em conflitos como o da Ucrânia ou de Gaza, o sofrimento humano e a destruição têm de parar, o crescente impacto económico e financeiro tem de parar, é necessário desenvolver e assinar cessar-fogos duradouros e respeitados. A confiança, a segurança e o desenvolvimento precisam de ser restaurados através de mediação e negociações e a paz estrutural e sistémica precisa de ser construída. O próprio conceito de Paz Positiva do IEP explica e mede os efeitos positivos de tal abordagem, trazendo novas perspetivas para a paz nesses conflitos intratáveis”, sublinha o diretor para a Europa e MENA do IGP.

O IGP não aborda apenas conflitos clássicos. E é relevante que o relatório de 2024 aponte a América do Norte como palco da maior deterioração regional, “impulsionada pelo aumento da criminalidade violenta”. Os Estados Unidos, primeira potência militar do planeta e primeira economia mundial,  surgem no IGP em 132.º E é interessante também a avaliação que é feita do impacto económico da violência, que em 2023 foi de 19,1 biliões de dólares (2380 dólares por pessoa), o equivalente a 13,5% do PIB global, o que é igual ao PIB chinês ou ao PIB somado dos 27 países da União Europeia. Ou seja, as guerras, e outro tipo de violência, causam mortes, mas também pobreza, impedindo o desenvolvimento de inúmeros países. Hoje, como destaca o IGP, 110 milhões de pessoas no mundo são refugiados ou deslocados internamente.

Num contexto de degradação da paz no planeta, a mais elevada desde que o IGP surgiu em 2008, pois 97 países foram nesse sentido, há, apesar de tudo, alguns casos de progresso na tabela que mede os países mais e menos pacíficos, como são os casos de Singapura, que entrou pela primeira vez no grupo dos cinco mais, e dos Emirados Árabes Unidos, país que, apesar de ser da região MENA, subiu 31 posições, estando agora em 53.º.

Steve Killelea, o australiano presidente e também fundador do Instituto para a Economia e a Paz, em jeito de síntese do relatório IGP 2024, alerta: “na última década, a tranquilidade diminuiu em nove dos dez anos. Assistimos a um número recorde de conflitos, a um aumento da militarização e a uma maior concorrência estratégica internacional. Os conflitos afetam negativamente a economia global e o risco empresarial resultante de conflitos nunca foi tão elevado, agravando as atuais vulnerabilidades económicas globais. É imperativo que os governos e as empresas em todo o mundo intensifiquem os seus esforços para resolver os muitos conflitos menores antes que se transformem em crises maiores. Já se passaram 80 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial e as crises atuais sublinham a urgência dos líderes mundiais se comprometerem a investir na resolução destes conflitos.”