Benfica
18 julho 2024 às 07h20
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70 milhões de euros. PSG faz nova oferta e acelera negócio João Neves

Saída do médio deverá mesmo consumar-se a breve prazo, mas longe da cláusula de rescisão de 120M€. Jogador pode ir para Paris ganhar três ou quatro vezes mais do que na Luz.

O Paris Saint-Germain fez de João Neves, 19 anos, uma das prioridades  para a nova época, viu as primeiras investidas recusadas pelo Benfica, mas não desistiu da transferência e quer fechar o acordo nos próximos dias. Para isso voltou a fazer, através de intermediários, uma nova proposta, que segundo confirmou o jornal francês L’Équipe  é de 70 milhões de euros, não estando bem explícito se inclui ou não bónus por objetivos, mas os dois clubes estão mais próximos de um entendimento. O jogador vê com bons olhos a mudança e está de férias a aguardar instruções do empresário Jorge Mendes.

A SAD do Benfica e Rui Costa começaram por direcionar os interessados (o Manchester United também esteve na corrida) para a cláusula de rescisão no valor de 120 milhões de euros. Mas como ninguém chegou perto deste valor, a SAD do clube da Luz baixou a fasquia. Para já, contudo, ainda nada está definitivamente acertado, apesar de as negociações terem evoluído.

O treinador Luis Enrique pediu inclusivamente aos responsáveis pelo mercado do clube, o português Luís Campos incluído, para acelerarem o processo, pois pretende o mais rapidamente possível ter os reforços à sua disposição para preparar bem a temporada. 

O jovem benfiquista vê com bons olhos a mudança para Paris, até por razões financeiras, pois pode receber um salário três ou quatro vezes superior ao que atualmente aufere na Luz - um milhão de euros brutos por época. A SAD do Benfica apresentou-lhe há uns meses uma proposta para renovar e dobrar o vencimento, mas o médio recusou, por achar que, nesta altura o seu estatuto, merece ser mais bem recompensado.

Além de João Neves, o PSG está em intensas negociações com o Nápoles para garantir a contratação do avançado nigeriano Victor Osimhen, o que, a acontecer, pode abrir a porta de saída do clube parisiense a Gonçalo Ramos.

Desde que é presidente do Benfica, Rui Costa assumiu sempre que a SAD está obrigada a vender para ter as contas equilibradas. Uma máxima, aliás, que já vinha de trás, pois na última década não houve uma temporada onde o Benfica não tenha encaixado, pelo menos, 50 milhões de euros no mercado de verão. Em quatro épocas o valor ultrapassou mesmo os 100 milhões.

A atualidade não foge à regra e a chave está na saída de João Neves  e na estratégia que a SAD quer seguir. No ano passado, por exemplo, o Benfica negociou um dos jogadores mais importantes do plantel, vendendo Gonçalo Ramos ao PSG por 65 milhões - primeiro em forma de empréstimo com um adiantamento de 20M€, e em novembro o clube parisiense acionou a cláusula de compra obrigatória.

Na altura, Rui Costa explicou o negócio de forma simples: preferiu vender um jogador por uma verba considerável a desfazer-se de quatro (David Neres, Morato, Florentino e Musa) pelo mesmo valor. É esta realidade que volta a estar em cima da mesa, agora com João Neves como protagonista.

Caso a venda do médio avance, permitirá manter outros jogadores com mercado, mas importantes para o treinador Roger Schmidt - casos de António Silva (apesar de ter visto o seu valor desvalorizar ao longo do ano), David Neres (pretendido pelo Besiktas), Kökçü ou Florentino.

Por outro lado, o Benfica prepara-se para fazer dinheiro com excedentários, caso de Paulo Bernardo, que esteve cedido ao Celtic e por lá deve ficar por 4,5 milhões. Depois há ainda o caso de Arthur Cabral, reforço que custou 20 milhões na época passada e que o Benfica colocou no mercado para tentar recuperar, pelo menos, parte do que investiu. Isto porque, para o seu lugar, chegou entretanto o avançado grego Pavlidis.

Olhando para os últimos 10 anos, desde a temporada 2014-15, facilmente se percebe que o Benfica esteve sempre muito ativo no mercado de verão em termos de vendas, encaixando sempre valores acima dos 50 milhões de euros, e até dos 100 em quatro ocasiões. 2019-20 foi de longe a época mais rentável, com vendas no valor total de 208,54 milhões, muito à custa do negócio milionário de João Félix para o At. Madrid (127,20M€) e ainda de Raúl Jiménez (38M€ para o Wolverhampton) e Luka Jovic (32,34M€ para o E. Frankfurt).

A quantia a encaixar neste mercado de verão está, por isso, muito dependente da venda de João Neves ao PSG. Se o negócio avançar, como tudo indica, a SAD benfiquista, com mais algumas transferências, ultrapassará mais uma vez a quantia dos 100 milhões de euros até ao final de agosto.

nuno.fernandes@dn.pt

Tópicos: Benfica, João Neves, PSG