Guerra na Ucrânia
13 outubro 2024 às 12h11
Atualizado em 13 outubro 2024 às 14h16
Leitura: 4 min

Rússia reivindica conquista de aldeia perto de Pokrovsk. Zelensky pede a parceiros rapidez na ajuda militar

A cidade constitui um importante centro logístico para o exército ucraniano e alberga a única mina sob controlo ucraniano que produz coque, um carvão necessário para o fabrico de aço.

O Exército russo reivindicou hoje a conquista de uma nova aldeia no leste da Ucrânia, perto da cidade estratégica de Pokrovsk, uma região onde as forças russas avançavam há várias semanas.

O Ministério da Defesa russo diz ter capturado a aldeia de Mykhailivka, às portas da cidade de Selidove, alvo de bombardeamentos ao longo de meses e de onde a maioria dos habitantes fugiu.

A cidade de Pokrovsk, com cerca de 60 mil habitantes antes da ofensiva russa, constitui um importante centro logístico para o exército ucraniano e alberga a única mina sob controlo ucraniano que produz coque, um carvão necessário para o fabrico de aço.

A perda dessa mina reduziria para metade a produção de aço, essencial à indústria militar e cuja importação é dispendiosa.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse no sábado que a situação das forças ucranianas no leste da região de Donetsk, onde se localiza Pokrovsk, e no sul de Zaporizhia era "muito difícil".

Já hoje, Zelensky pediu aos seus parceiros ocidentais que forneçam a ajuda militar necessária a tempo para que o país se possa defender e responder à agressão russa.

"Os nossos parceiros têm a oportunidade de fornecer a quantidade e a qualidade necessárias de sistemas de defesa antiaérea, de tomar decisões para tornar as nossas capacidades de longo alcance suficientes e de assegurar a entrega atempada de assistência de defesa às nossas tropas", afirmou numa mensagem publicada nas redes sociais.

O Presidente ucraniano afirmou que "não há tempo a perder" e sublinhou a necessidade de "enviar um sinal claro de determinação".

"Estamos a trabalhar incansavelmente para garantir os meios que permitam à Ucrânia responder plenamente ao terror russo", acrescentou.

Volodymyr Zelenski disse que, só esta semana, a Rússia lançou cerca de 900 bombas aéreas guiadas, mais de 40 mísseis e 400 drones de ataque de vários tipos contra a Ucrânia.

"Nenhuma nação devia enfrentar sozinha tais provações", disse. 

Papa faz apelo

Também hoje, o Papa Francisco exortou a comunidade internacional a "não deixar os ucranianos morrerem de frio" face à chegada do inverno e à falta de energia e ajuda alimentar.

"Faço um apelo para que não se deixe morrer de frio os ucranianos. Cessem os ataques aéreos contra a população civil, que é sempre a mais afetada", pediu o pontífice, no final da oração dominical do Angelus.

"Chega de matar inocentes", acrescentou diante dos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Francisco encontrou-se na sexta-feira com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, um dia depois de se encontrar o chefe da Igreja Greco-Católica ucraniana, Sviatoslav Shevchuk, que alertou que seis milhões de ucranianos poderiam ficar "sem comida" e sujeitos ao frio nos próximos meses.