Paris2024
02 agosto 2024 às 09h01
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Judo português reclama "espaço próprio" para dar passo seguinte. Bronze de Patrícia é "primeiro degrau" rumo ao ouro

Presidente da Federação e Nuno Delgado reclamam a construção de "um espaço próprio" para concentrar os trabalhos do judo português.

A construção de "um espaço próprio" para concentrar os trabalhos do judo português é o que falta para dar o passo seguinte em termos de resultados nos Jogos Olímpicos, disseram esta sexta-feira representantes da modalidade à agência Lusa.

Um dia após Patrícia Sampaio somar, em Paris2024, a quarta medalha de bronze do judo português em Jogos Olímpicos, o presidente da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), Sérgio Pina, e o primeiro medalhado olímpico português da modalidade, Nuno Delgado, não hesitaram ao apontar o que pode ser decisivo para alcançar lugares mais altos no pódio.

"Está na altura de termos um espaço próprio. Se bem que o Jamor sofreu melhoramentos e está bem melhor, o que falta são pormenores, quer de treino, quer de outras valências que temos de ter para o judo. Quando isso acontecer, vamos conseguir melhores resultados", reclamou Sérgio Pina.

Questionado sobre o mesmo tema pela agência Lusa, Nuno Delgado frisou que "todos os detalhes contam" e apontou também que esse espaço "poderá ajudar os recursos humanos existentes a conseguirem resultados ainda mais regulares".

"No judo temos andado sempre em casas emprestadas, não temos ainda um espaço dedicado à prática da modalidade em alto rendimento. É uma das medidas que têm de ser tomadas, até porque isso nos ajudará a trazer grandes seleções e atletas para trabalharem connosco", comentou o medalha de bronze em Sydney2000 (-81 kg).

Por isso, o antigo judoca "veria com muito bons olhos" a construção de uma 'casa do judo' onde pudessem concentrar-se os trabalhos da alta competição.

"É algo decisivo e veria com muito bons olhos que o Estado português pudesse fazer esse investimento para uma modalidade que já deu tanto" ao país, concluiu Nuno Delgado.

A judoca Patrícia Sampaio conquistou na quinta-feira o bronze em -78 kg em Paris2024, ao bater a japonesa Rika Takayama por duplo waza-ari, alcançando a 29.ª medalha olímpica do desporto português, a primeira na presente edição dos Jogos.

O bronze de Sampaio foi o quarto do judo português em Jogos Olímpicos, após as medalhas de Nuno Delgado (Sydney2000, -81 kg), Telma Monteiro (Rio2016, -57 kg) e Jorge Fonseca (Tóquio2020, -100 kg).

Bronze de Patrícia Sampaio é "primeiro degrau" rumo ao ouro

 O presidente da Federação Portuguesa de Judo disse que o bronze olímpico conquistado por Patrícia Sampaio na categoria -78 kg em Paris2024 é "o primeiro degrau" da judoca rumo ao ouro em futuras edições.

"A Patrícia [Sampaio] era daquelas atletas que já merecia e estou muito convicto de que a medalha de bronze vai ser o primeiro degrau dos outros dois que vai subir. Tem muita margem de progressão e vai dar-nos muitas alegrias", previu Sérgio Pina, em declarações à agência Lusa.

A judoca de Tomar "só não conseguiu superar a atleta que foi efetivamente campeã olímpica", mas estreou o 'medalheiro' português em Paris2024, destacou o dirigente.

"Foi um dia de muita emoção, que acabou bem, com a primeira medalha portuguesa. Vão ser mais, mas a primeira foi o judo que conquistou", frisou Sérgio Pina.

Apesar de a delegação portuguesa estar em Paris com expectativas elevadas também sobre outros judocas, que acabaram por 'cair' nas primeiras eliminatórias, o presidente da FPJ assegura que o balanço da prestação do judo nacional em Paris2024 "vai ser positivo", independentemente do resultado que Rochele Nunes conseguir hoje, na competição de +78 kg.

"Tivemos esperanças de medalhas de atletas que não conseguiram, mas ter esta medalha já traz um balanço positivo. É bom lembrarmos que o judo português, nos últimos três Jogos Olímpicos, traz uma medalha consecutivamente. Significa que o trabalho, não sendo o ideal, está a ser bem feito e vamos continuar", apontou.