Ataque
17 setembro 2024 às 15h55
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Aluno do 7.º ano com colete antibala esfaqueou colegas no corredor

Jovem de 12 anos entrou na escola com uma faca e um colete antibala que pertencia ao pai e golpeou seis outros alunos. Uma das vítimas ficou ferida com gravidade com lesões no tórax e na cabeça. Diretora fala em “ato isolado”.

Um jovem de 12 anos esfaqueou esta terça-feira à tarde seis colegas - cinco raparigas e um rapaz com idades entre os 11 e os 14 anos -, tendo um deles, uma menina, ficado em estado grave. O incidente ocorreu dentro da Escola Básica 1, 2 e 3 de Azambuja, no Distrito de Lisboa.

Uma das vítimas, uma rapariga, ficou em estado grave, tendo sido transportada inicialmente para o Hospital de Vila Franca de Xira e posteriormente reencaminhada para o Hospital de Santa Maria. Apesar de lesões ao nível do tórax e da cabeça, o DN apurou que não corre risco de vida.

O autor do ataque, filho de uma professora de uma outra escola e sem antecedentes violentos, entrou na escola depois do almoço com uma faca e um colete antibala, que era do pai, e começou a agredir quem lhe apareceu à frente. O agressor frequenta o 7.º ano e estava há três anos nesta escola.

“Os alunos agredidos são de várias turmas” e o ataque “foi indiscriminado”. “Conforme [os colegas] foram aparecendo, agredia-os”, explicou o autarca local, Silvino Lúcio, que indicou que uma equipa de psicólogos deu apoio a alunos, pais e funcionários. No local também estiveram seis ambulâncias e elementos dos Bombeiros da Azambuja e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

“As auxiliares aperceberam-se de uma situação anormal, de gritos e de histerismo, e chamaram-no, demoveram-no, aproximaram-se dele, tentaram que não houvesse mais incidentes, mas até lá chegarem, porque foi no corredor de acesso às salas de aula, conseguiu fazer essas seis vítimas”, acrescentou o edil.

O presidente da Câmara da Azambuja rejeitou que aquele estabelecimento de ensino seja problemático: “Nunca teve problemas de maior, tinha um problema ou outro de bullying, mas coisas que se ultrapassam com psicólogos e com a direção da escola, não era nada complicada.”

Numa nota publicada no site do agrupamento, a diretora do Agrupamento de Escolas da Azambuja, Maria Madalena Miranda Tavares, escreveu que a situação “foi um ato isolado” e informou que esta quarta-feira as aulas decorrerão normalmente.

PR e PM repudiam ataque

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, condenou “nos termos mais veementes o ataque ocorrido na Escola Básica na Azambuja” e faz “votos de plena e rápida recuperação aos alunos feridos”.

“Tratou-se de um ato isolado e de um fenómeno estranho à sociedade portuguesa, mas que deve fazer refletir com sentido de responsabilidade todos os que atuam no espaço público. O Governo mantém empenho total na proteção dos cidadãos e das instituições estruturantes do nosso país, como é a escola”, escreveu na rede social X.



Já Marcelo Rebelo de Sousa, através de uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na internet, lamentou e repudiou o incidente e afirmou que “nenhumas circunstâncias podem legitimar um tal ato de violência”.

“A família, como a escola, a comunidade local e outras instituições essenciais para a nossa vida comum não podem ser dominadas pela violência, pela agressão, pela violação dos direitos das pessoas, de todas as pessoas, nem qualquer violação destes pode justificar a violência. E tudo devemos fazer para que comportamentos como o vivido hoje [terça-feira], envolvendo a agressão física a colegas, professor e outro trabalhador da escola, se não repitam”, aditou.

Tópicos: GNR, Azambuja