Brasil
24 março 2024 às 10h43
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Polícia brasileira prende suspeitos de mandar matar Marielle Franco

Dois irmãos, com influência na política do Rio de Janeiro e ligação à milícia, são presos preventivamente. Ex-chefe da polícia carioca também. Negócios imobiliários podem ter sido a motivação

A polícia federal do Brasil desencadeou ao início desta manhã no Rio de Janeiro uma operação conjunta com a Procuradoria Geral da República e o Ministério Público para a detenção dos suspeitos de mandar matar Marielle Franco, vereadora carioca assassinada a 14 de março de 2018.

Os detidos são os políticos Chiquinho e Domingos Brazão e o ex-delegado da polícia Rivaldo Barbosa.

Os irmãos Brazão pertencem a uma família influente na política do Rio, com ligações à milícia. Chiquinho é atualmente deputado federal e Domingos é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

A detenção de ambos surge após delação de Ronnie Lessa, o autor dos 13 disparos que mataram, além de Marielle, também o motorista Anderson Gomes.

Preso desde 2019, Lessa decidiu este ano colaborar com a justiça. O outro autor material, Élcio Queiroz, que guiava o carro de onde saíram os disparos, já decidira colaborar no ano passado.

A motivação do crime, supostamente, foi a intervenção política de Marielle para impedir a expansão dos negócios imobiliários da família Brazão e de outros milicianos na zona oeste da cidade.

Rivaldo Barbosa, ex chefe da polícia civil do Rio, foi detido porque teria tentado atrapalhar as investigações.

Marielle e Anderson foram executados a 14 de março de 2018 depois da vereadora ter saído de um evento com mulheres negras no centro do Rio. A meio do caminho de regresso a casa, Ronnie Lessa, num automóvel conduzido por Élcio Queiroz, disparou 13 vezes contra o veículo matando a vereadora e o motorista. Fernanda Chaves, assessora de Marielle, sobreviveu com ferimentos ligeiros.