A área materno-infantil tem sido das mais atingidas pela falta recursos de humanos na área médica. A situação agrava-se sempre em períodos críticos, como o verão devido às férias dos profissionais. Mas há unidades, como Maternidade Alfredo da Costa e o Hospital Pediátrico D. Estefânia, que sendo unidades de fim de linha para a região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) e até para toda região Sul do país, não fecham durante todo o ano, tendo de dar resposta com os recursos humanos de que dispõem. E quando há unidades periféricas de LVT que têm de encerrar os seus serviços é certo e sabido que os serviços de urgência destas unidades sentem um aumento na procura.
Este ano, e para evitar idas às urgências desnecessárias, a Unidade Local de Saúde (ULS) São José vai abrir em junho um espaço, a que dá o nome de clínica, que irá funcionar numa das suas unidades de cuidados primários, precisamente para dar resposta às grávidas e às crianças que não têm médico de família. “O nosso objetivo é que estes utentes possam ser avaliados e tratados em tempo adequado, evitando assim que se dirijam a uma das nossas urgências hospitalares”, destaca ao DN o médico João Coimbra, assessor da direção clínica desta ULS para a área das urgências.
Esta ULS integra nove hospitais (São José, Santa Marta, Curry Cabral, Capuchos, MAC, D. Estefânia, Instituto Oftalmológico Gama Pinto e Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa) e 39 unidades de cuidados primários (centros de saúde) e tem cerca de 80 mil pessoas sem médico de família, uma boa parte população migrante.
A medida insere-se já no plano de resposta ao verão e no objetivo da ULS querer mais articulação e integração entre os cuidados primários e hospitalares. “O nosso plano de verão está perfeitamente estabelecido para continuarmos a dar respostas dentro da nossa capacidade. Daí o termos vindo a trabalhar no desenvolvimento desta clínica de atendimento para grávidas e crianças, que são sempre populações fragilizadas. O objetivo é mesmo aliviar as urgências, permitindo que estas estejam destinadas só aos casos mais graves”.