O presidente francês, Emmanuel Macron, elogiou ontem, em Plumelec, o “espírito de sacrifício” dos militares na abertura dos três dias de cerimónias de celebração dos 80 anos do Desembarque dos Aliados nas praias da Normandia (Dia D), que contribuiu para o desfecho da Segunda Guerra Mundial. Do lado britânico, em Portsmouth, o rei Carlos III, cercado de representantes políticos, veteranos e membros da família real, agradeceu aos que “tanto deram para alcançar a vitória que desfrutamos hoje”. A principal cerimónia realiza-se hoje, dia do 80.º aniversário, na praia de Omaha, com a presença, além de Macron e Carlos III, de vários líderes internacionais como os presidentes dos Estados Unidos, da Ucrânia e Itália - Joe Biden, Volodymyr Zelensky e Sergio Mattarella -, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz. O grande ausente será o líder russo, Vladimir Putin, por causa da invasão da Ucrânia.
“O nosso país tem uma juventude disposta ao mesmo espírito de sacrifício que os seus mais velhos”, declarou ontem o líder francês, alertando para um contexto atual em que “os perigos aumentam” na Europa.
Macron, para quem a atual ofensiva russa representa uma ameaça existencial para o continente europeu, espera que as celebrações do Dia D também sirvam para expressar o apoio das potências ocidentais à Ucrânia. Na sua viagem a França, Zelensky tem como objetivo abordar - tanto com Macron (que, soube-se ontem, vai à cimeira da paz na Suíça), como com Biden, que já chegou ontem a França - as necessidades do seu país na guerra. Segundo o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jack Sullivan, Biden discutirá com Zelensky, no encontro que terão na Normandia, “como podemos continuar e aprofundar o nosso apoio à Ucrânia”.
A situação ucraniana será igualmente um tema de discussão da visita de Estado do presidente dos Estados Unidos, no sábado, a Paris. “Quando a guerra voltou ao continente 80 anos depois da libertação da Europa”, Macron e Biden “discutirão o apoio inabalável e a longo prazo que deve ser dado à Ucrânia”, informou o Palácio do Eliseu.
Um dia antes, Biden fará um discurso sobre a defesa da liberdade e da democracia em Pointe du Hoc, um promontório no topo de uma falésia onde bunkers alemães foram atacados por tropas norte-americanas nos desembarques.