Foi no final de março que o brigadeiro general Paulo Viegas Nunes deixou a presidência da SIRESP, S.A., a empresa que gere a rede de comunicações de emergência do Estado. Mas desde então o seu sucessor ainda não foi anunciado e o cargo de gestão da rede está a ser partilhado por vogais civis, sem experiência na matéria.
Apesar desta situação e da entrada no período crítico de incêndios, a nomeação do presidente da empresa, que é responsabilidade dos ministérios da Defesa e da Administração Interna, ainda não aconteceu. Tudo porque, ao que o DN apurou, o Governo aguarda os resultados de uma auditoria pedida ainda pelo anterior Executivo à Inspeção-Geral de Finanças (IGF) à anterior gestão da empresa. Só depois de conhecido o desfecho dessa análise (que se foca, entre outros, nas contas da SIRESP, S.A.) é que o Governo nomeará o sucessor de Paulo Viegas Nunes -- que, entretanto, regressou a funções militares e tomou posse como chefe de gabinete do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
Ainda assim, a rede de comunicações de emergência do Estado tem sido utilizada durante os incêndios que continuam a assolar o país desde domingo. E, apesar de fonte no terreno ter apontado ao DN que esteve sem SIRESP “durante 30 horas”, quer a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), quer o Ministério da Administração Interna (MAI) negaram falhas no sistema “nos diferentes teatros de operações”, apesar do “número elevado de solicitações”.
Fonte do MAI adiantou ainda ao DN que o vazio no cargo de presidente “não afeta” a operacionalidade, porque a empresa “tem um conselho de administração em funções”.