André Ventura manifestou-se estupefacto com as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa em relação ao atual e anterior primeiros-ministros, perante a Associação de Imprensa Estrangeira e condenou principalmente a posição então defendida sobre colonialismo e escravatura na História de Portugal.
O Presidente da República reconheceu responsabilidades de Portugal por crimes cometidos durante a era colonial, sugerindo o pagamento de reparações pelos erros do passado.
Para André Ventura, esta posição de Marcelo Rebelo de Sousa "configura uma traição à pátria" e foi mesmo ao ponto de dizer que "pediria a destituição" do chefe de Estado, "se isso fosse possível" no plano constitucional em Portugal.
"O Presidente não foi o representante de Portugal, foi o representante dos outros países, mas ele não foi eleito por Angola, nem Cabo Verde, nem por Timor, nem pelo Brasil. Ele foi eleito pelos portugueses e ele não se deve esquecer disso", acusou Ventura.
Também Bloco, Livre e PAN consideraram esta quarta-feira que o Presidente da República deveria retratar-se das declarações que fez sobre o atual e anterior primeiros-ministros, enquanto o Chega acusou-o de "traição à pátria" ao falar da História de Portugal.
Estas posições foram transmitidas aos jornalistas, na Assembleia da República, em reação a recentes palavras proferidas por Marcelo Rebelo de Sousa num jantar com jornalistas da Associação de Imprensa Estrangeira em Lisboa.
Os presidentes dos Grupos Parlamentares do PSD, Hugo Soares, e do PS, Alexandra Leitão, recusaram-se a comentar, apesar de o chefe de Estado ter feito referências a Luís Montenegro e a António Costa. A mesma opção teve o deputado do PCP António Filipe.
Já a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, e a deputada do PAN Inês Sousa Real lamentaram sobretudo as referências "de mau gosto e preconceituosas" sobre ruralidade, que atribuiu a Luís Montenegro, e também sobre uma alegada influência "oriental" na conduta pessoal de António Costa.