Manuel António Correia, advogado, antigo secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais (de 2000 até 2015), deverá hoje apresentar-se como candidato à liderança do PSD Madeira, enfrentando Miguel Albuquerque.
O prazo termina esta quinta-feira e a imprensa madeirense - Jornal da Madeira e Diário de Notícias do Funchal - davam a notícia do avanço de Manuel António Correia como garantida, dizendo que os seus apoiantes tinham começado a recolher assinaturas quando o advogado ainda ponderava.
O próprio, interpelado pelo DN, não confirmou nem desmentiu.
Confirmando-se, esta será uma reedição do confronto no PSD Madeira em 2014. Depois de uma primeira volta com vários candidatos, Correia e Albuquerque defrontaram-se diretamente numa segunda volta, com Albuquerque a vencer (por 64% contra 36%), transformando-se assim no primeiro presidente do PSD madeirense da era pós-Alberto João Jardim.
Manuel António Correia era visto como um delfim de Jardim, enquanto Albuquerque já se tinha afirmado contra o líder histórico do partido, atrevendo-se mesmo a enfrentá-lo diretamente (em 2012, sendo derrotado).
Ontem Miguel Albuquerque - arguido suspeito de corrupção (mas ainda não ouvido na Justiça) no inquérito às relações perigosas na Madeira entre poder político e poder económico - entregou a sua candidatura às eleições internas do partido, agendadas para 21 de março, e assegurou que não se sente fragilizado com o seu envolvimento judicial.
“Apresentei uma lista à Comissão Política e ao Secretariado, vou apresentar a moção e está tudo a correr normalmente”, afirmou, para logo reforçar: “Isto não é uma luta entre inimigos. Se houver uma disputa dentro do partido, eu acho que é positivo.”
Miguel Albuquerque falava à margem de uma visita a uma escola, no Funchal, onde se deslocou na qualidade de presidente do Governo Regional, cargo do qual se demitiu na investigação na qual é arguido: “A situação do arguido é um estatuto de defesa num processo de investigação. Eu não estou condenado, estou de consciência tranquila, estou disponível para prestar esclarecimentos quando for necessário. Portanto, não me sinto diminuído nos meus direitos.”