Guerra na Ucrânia
20 novembro 2024 às 00h10
Atualizado em 20 novembro 2024 às 07h24
Leitura: 4 min

EUA vão fornecer minas antipessoais e enviar 260 ME em armamento para a Ucrânia antes de Trump tomar posse

A administração de Joe Biden está a apressar-se para fazer o máximo que puder para ajudar Kiev a combater a Rússia nos dois meses que restam ao atual residente norte-americano, pois o pacote de ajuda está ainda por aprovar.

Os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia minas antipessoais, para reforçar a defesa do país contra a invasão lançada pela Rússia, disse um dirigente governamental norte-americano.

Washington vai enviar para Kiev "minas antipessoais não persistentes", equipadas com um dispositivo de autodestruição ou autodesativação, disse à AFP, na terça-feira à noite, a mesma fonte, que não foi identificada. 

A decisão surgiu horas após fontes do Pentágono terem dito que os EUA vão enviar para a Ucrânia 275 milhões de dólares (260 milhões de euros) em novas armas, antes de Donald Trump tomar posse como Presidente dos Estados Unidos, a 20 de janeiro de 2025.

A administração de Joe Biden, prosseguiram as fontes, está a apressar-se para fazer o máximo que puder para ajudar Kiev a combater a Rússia nos dois meses que restam ao atual residente norte-americano, pois o pacote de ajuda está ainda por aprovar.

A última parcela de ajuda em armamento surge num momento em que crescem as preocupações sobre uma escalada no conflito, com ambos os lados a pressionar para obter qualquer vantagem que possam explorar se Trump exigir um fim rápido para a guerra, tal como o presidente eleito prometeu fazer.

Segunda-feira, Biden autorizou a Ucrânia a disparar mísseis de longo alcance na Rússia, com o Presidente russo, Vladimir Putin, a aumentar a parada e a decretar a possibilidade de o exército da Rússia a utilizar armas nucleares.

As autoridades norte-americanas afirmaram que a mudança de estratégia da Rússia na doutrina nuclear era esperada.

No entanto, Moscovo alertou na terça-feira que o novo uso do Sistema de Mísseis Táticos do Exército, conhecido como ATACMS, pela Ucrânia, dentro da Rússia poderá desencadear uma resposta forte.

Sob anonimato, fonte norte-americana, citada pela agência noticiosa Associated Press (AP), disse que os Estados Unidos não veem indicações de que a Rússia se esteja a preparar para usar armas nucleares na Ucrânia. 

As autoridades norte-americanas falaram sob condição de anonimato porque o pacote de ajuda ainda não foi tornado público.

Questionado se um ataque ucraniano com mísseis norte-americanos de longo alcance poderia potencialmente desencadear o uso de armas nucleares, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondeu afirmativamente. 

Peskov apontou para a disposição da doutrina que mantém a porta aberta após um ataque convencional que levanta ameaças críticas à "soberania e integridade territorial" da Rússia e da sua aliada Bielorrússia.

Uma autoridade dos EUA, também sob anonimato, disse que a Ucrânia disparou hoje oito mísseis ATACM contra a Rússia e que apenas dois foram intercetados, estando em curso uma avaliação aos danos provocados num armazém de munições em Karachev, na região de Bryansk.

As armas do novo pacote de ajuda à Ucrânia incluem uma mistura de armamento de defesa aérea, incluindo Sistemas de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (HIMARS), bem como cartuchos de artilharia de 155 milímetros (mm) e 105 mm, munições perfurantes de blindados Javelin e outros equipamentos, bem como peças sobressalentes, disseram as mesmas autoridades norte-americanas, sempre sob anonimato.

As armas serão fornecidas com base na chamada "autoridade de retirada presidencial", que permite ao Pentágono enviar rapidamente armamento para a linha da frente da Ucrânia antes da tomada de posso de Trump.