Foram 30 anos de espera, nem mais nem menos. Originalmente pensado como uma produção que se seguiria de imediato a O Caça Polícias III (1994) – ou seja, ainda nos Anos 90 –, a sequela que acaba de se estrear na Netflix, depois de sucessivas propostas de guião que desagradaram a Eddie Murphy, é a versão possível de um regresso ao lugar onde muitos espectadores foram felizes. Segundo Murphy, tudo o que lhe tinha chegado às mãos, até há pouco tempo, eram repetições da história: o seu Axel Foley, carismático detetive da polícia de Detroit, voltaria a Beverly Hills para uma nova missão... vira o disco e toca o mesmo. O que mudou? Certamente não a parte do retorno às ruas de Los Angeles, repletas de palmeiras e hotéis caros. Desta feita há, porém, um assunto de família: o motivo da deslocação do mais descontraído dos agentes é a sua filha, que está metida em sarilhos com gente perigosa.
Reunindo os principais nomes do elenco com que a aventura começou em 1984 (aí dirigidos por Martin Brest), O Caça Polícias: Axel Foley, quarto filme da série, surge então como uma promessa de memórias dos “bons velhos tempos” a piscar o olho aos novos tempos. O que significa que, enquanto Judge Reinhold e John Ashton (a dupla policial Billy Rosewood e John Taggart), entre outros, retomam os seus postos, com os pés para a reforma, expressões jovens como o detetive de Joseph Gordon-Levitt e a advogada de Taylour Paige (que interpreta a filha de Axel) empurram a ação para a frente – ou seria esse o contraste pretendido. Até aquela marca deliciosa de Beverly Hills Cop que é a sua banda sonora, apesar de despertar o ânimo certo assim que se ouvem as primeiras notas, acaba por ser aqui secundarizada por uma mistura de temas “modernaços”.