Semana num Minuto
31 agosto 2024 às 00h42
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Festa em Timor em semana de teste em Portugal para o Grande sismo

SÁBADO

AFP

Guerra “de volta” à Rússia, diz Zelensky em Dia de Independência

Em Dia da Independência da Ucrânia, foi num vídeo que o presidente Volodymyr Zelensky deixou uma mensagem de otimismo ao seu povo. “A Rússia queria destruir-nos”, mas a guerra “voltou para casa”, garantiu, dois anos e meio depois da invasão russa da Ucrânia. Neste mesmo dia, o DN foi ouvir dois militares, o major-general Carlos Branco e o major-general João Vieira Borges, sobre o possível desfecho desta atual incursão ucraniana em território russo. “O que a Ucrânia pretende é ocupar território russo para depois ter esse território como moeda de troca e ir a conversações”, explicou o primeiro. A Ucrânia pode recuar para uma posição, basta olhar para o mapa, que apresenta um obstáculo natural, o tal rio das pontes”, afirmou o segundo. Seja qual for o desfecho que venha a ter, uma coisa é certa, Zelensky conseguiu não só surpreender o mundo - e o próprio Putin - e voltar a colocar a Ucrânia nas notícias ao desafiar o Urso russo na sua toca.

DOMINGO

AFP

Israel e Hezbollah sobem tensão mas evitam escalada

Desde a morte do comandante do Hezbollah Fuad Shukr num bombardeamento israelita, a 30 de julho, em resposta ao ataque que vitimou 12 crianças nos Montes Golã  três dias antes, que se esperava uma escalada na tensão na fronteira entre Israel e o grupo xiita libanês apoiado pelo Irão. A “1.ª fase” desse agudizar da violência terá acontecido nesta madrugada, com o Hezbollah a anunciar o disparo de 320 rockets Katyusha e “um grande número de drones”, atingindo 11 alvos militares israelitas e as Forças Armadas de Israel a garantir ter impedido um ataque com milhares de rockets do grupo xiita libanês, tendo para isso recorrido a uma centenas de caças. Para já a escalada maior parece ter sido adiada e a guerra aberta evitada, mas com Netanyahu a dizer que este “não é o fim da história” e Nasrallah a ameaçar com mais ataques podemos mesmo só ter adiado o inevitável.

SEGUNDA

LUSA

Sismo fez tremer Portugal. Mas será que algo muda?

“Então, sentiste o sismo?” terá sido uma das frases mais repetidas neste dia pelos portugueses. As respostas variavam entre os que apanharam um valente susto ao acordarem pouco depois das 5.00 da manhã com a casa a tremer devido ao abalo de 5,3 na escala de Richter, e os que continuaram a dormir, só dando por ela quando viram as notícias ao acordar. Sem ter causado danos, o terramoto trouxe críticas à demora da Proteção Civil em divulgar informação - só o fez meia-hora depois através do Facebook -, voltou a falar-se da preparação dos edifício para resistir a um abalo mais forte e a comentar que devíamos ter uma mochila em casa com bens básicos para casos de emergência. Mas a verdade é que passados dois dias, o país voltou a focar-se nas rentrées políticas e no Sporting-FC Porto do fim de semana, deixando por ter o verdadeiro debate: o que teria acontecido se Portugal tivesse sofrido uma catástrofe como a de 1755? Este ensaio-geral serviu para percebermos uma coisa: a população não está preparada. Esperemos que os nossos líderes tomem as medidas necessárias. Antes que seja tarde.

TERÇA

AFP

Os Oasis vão voltar e trazem com eles os Anos 90

Quem, como eu, foi adolescente nos Anos 90 terá com certeza bem presente na memória a rivalidade entre os Oasis e os Blur pelo título de principal banda do britpop. E quer se fosse mais fã dos mais mal-humorados manos Liam e Noel Gallagher - em 2022 vi o concerto do Liam no Rock in Rio - ou do loirinho Damon Albarn e seus rapazes -, que vi no ano passado no Meo Kalorama num momento de puro revivalismo -, a verdade é que era quase impossível ser indiferente a estas bandas. Sendo assim, e apesar dos rumores que já circulavam, não deixou de me causar um certo frisson a notícia de que os Oasis vão regressar para uma tournée em 2025, após 15 anos de separação. Os irmãos que nos deram êxitos como Wonderwall ou Don’t Look Back in Anger anunciaram nas redes sociais “This is it. It is happening” (“É desta! Está a acontecer”). O tour começa a 4 de julho em Cardiff. Esperemos que desta vez a reunião não termine com uma valente briga e uma guitarra partida.

QUARTA

Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

Maria Luís Albuquerque nomeada, começa luta pela Comissão

O anúncio de Maria Luís Albuquerque como candidata portuguesa à Comissão Europeia foi tudo menos uma surpresa, ou não fosse o nome da ex-ministra das Finanças de Pedro Passos Coelho um dos favoritos nas listas de possíveis escolhas de Luís Montenegro. Ora se a oposição logo veio recordar a ligação de Albuquerque às políticas de austeridade impostas pelo Governo social-democrata na altura da troika, é pouco provável que a ex-ministra tenha dificuldades em ser aprovada pelo Parlamento Europeu, onde o Partido Popular Europeu, a que o PSD pertence, mantém a maioria. Mas a verdadeira batalha começa depois, uma vez que Portugal, se até optou por uma mulher, como Ursula von der Leyen desejava, decidiu juntar-se à longa lista de países que escolheram candidatos com perfis ligados à economia e finanças. O que antecipa uma luta pelas pastas relacionadas com estes temas. Uma luta na qual Portugal, tendo já um alto cargo europeu, o novo presidente do Conselho Europeu, António Costa, poderá estar em desvantagem. Ou será que não?

QUINTA

Starmer faz reset na relação com UE mas Brexit é para ficar

Depois de na quarta-feira ter sido recebido por Olaf Scholz em Berlim, Keir Starmer foi a Paris encontrar-se com o presidente Emmanuel Macron, numa nova etapa do seu périplo pelas capitais das duas maiores economias da União Europeia. Uma viagem que o primeiro-ministro trabalhista vê como um reset às relações entre o Reino Unido e os países da UE depois do Brexit. Um reiniciar, oito anos depois de os britânicos terem votado em referendo a saída da UE, em que os dois líderes não tiveram de se esforçar muito para encontrar interesses comuns, desde a ajuda à Ucrânia, passando pela questão dos migrantes, que cada vez mais atravessam o Canal da Mancha em busca de uma vida melhor, ou o crescimento económico. Após 14 anos de Governos conservadores, o Reino Unido voltou a 4 de julho a ter um primeiro-ministro trabalhista. E Starmer parece disposto a reaproximar-se dos parceiros europeus, mesmo se descartar qualquer reversão do Brexit. Isto, apesar de mais de metade dos britânicos dizerem hoje lamentar a saída da UE.

SEXTA

LUSA

25 anos depois do referendo Timor com novos desafios

Em entrevista dada ao DN do aeroporto onde se preparava para embarcar para Díli, Ana Gomes recordou o processo que há 25 anos levou ao referendo em que 78,5% dos timorenses votaram pela independência. “Para Timor, foi fundamental a conversa dura de Guterres com o presidente Clinton a ameaçar retirar do Kosovo”, explicou antes de seguir para as celebrações da consulta popular que poria fim à longa ocupação indonésia. O próprio Guterres, agora secretário-geral da ONU, também esteve por Díli, tendo recebido “com profundo orgulho” a nacionalidade timorense. E enquanto o agora presidente Ramos-Horta, cujo Nobel da Paz em 1996 foi um marco no caminho para a independência, saudou 25 anos de “liberdade, soberania e reconciliação”, recordando “os sacrifícios do nosso povo”, a presidente do Parlamento, Fernanda Lay, lembrou que os desafios de Timor hoje são “diferentes, mas também importantes”, destacando que “a pobreza ainda aflige muitos”, a “falta de oportunidades” para os jovens, a educação académica e profissional e o acesso universal aos cuidados de saúde.