OE2025
25 setembro 2024 às 21h39
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Marcelo: "penso que vai haver orçamento, vai ser viabilizado"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta quarta-feira estar "realisticamente otimista" na "única solução boa" que é haver Orçamento do Estado viabilizado, avisando que neste momento há "razões maiores" do que noutras alturas para que isso aconteça.

"Já sabem o que é que eu penso sobre essa matéria. Eu penso que vai haver orçamento, vai ser viabilizado, vai haver da parte daqueles que devem viabilizar um entendimento para isso e portanto continuo realisticamente otimista", respondeu aos jornalistas Marcelo Rebelo de Sousa no final da sessão solene do VI Congresso da Ordem dos Psicólogos Portugueses e do XIII Congresso Ibero-americano de Psicologia, que decorre em Lisboa.

Questionado sobre o que fará caso isso não aconteça, o chefe de Estado insistiu que "a única solução boa" é o documento ser viabilizado e portanto trabalha nessa solução.

"Neste caso há razões maiores do que noutras circunstâncias para haver orçamento. Nas outras circunstâncias havia, para mim como fundamental que houvesse orçamento, mas havia razões de peso e de vário sentido que iam contra isso. Aqui não há", comparou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "o mundo está mais complicado do que estava" quando outros orçamentos foram chumbados, dando como exemplo o facto de então não haver Guerra na Ucrânia ou no Médio Oriente e "a situação económica internacional ser pior do que era".

"Há neste momento condições mundiais e europeias que significam que o orçamento é mais importante do que era noutros momentos da vida portuguesa", avisou.

Marcelo diz que na política o essencial são as pessoas e não a ideologia

Marcelo Rebelo de Sousa disse esta quarta-feira que o essencial na política são as pessoas e não ideologia ou posicionamentos, considerando que muitos dos grandes problemas políticos são pessoais e do foro psicológico, apesar não ver isso em Portugal.

"As pessoas pensam, olhando para os poderes públicos e para a política, que o essencial é sempre a doutrina, a ideologia, as ideias e os posicionamentos. Não é. São as pessoas, são as pessoas", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa no discurso da sessão solene do VI Congresso da Ordem dos Psicólogos Portugueses e do XIII Congresso Ibero-americano de Psicologia, em Lisboa.

Dando o exemplo de dois políticos que "podem ter a mesma ideologia" e "se não se podem ver, não funciona", o Presidente da República contrapôs com "dois políticos que podem ter ideologias diferentes e, se há uma compreensão e uma empatia recíproca, funciona".

"Muitos dos grandes problemas políticos são problemas pessoais, são problemas do foro psicológico", defendeu, recebendo palmas da assistência.

No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de esclarecer que este "não é o caso em Portugal, felizmente", o que motivou uma gargalhada da plateia, explicando que é o que acontece "em muitas sociedades" sobre as quais lecionou como professor durante 40 anos.

O Presidente da República aproveitou este momento para elogiar "o trabalho e as lutas" do bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses, Francisco Miranda Rodrigues, que tinha feito no arranque da sessão solene um discurso de despedida uma vez que vai deixar o cargo após as próximas eleições, marcadas para o final de novembro.

"Depois de muitas lutas, ainda houve mais uma, quando de repente, o Governo anterior descobriu que era preciso desconfiar das ordens profissionais, que era preciso mitigar alguns dos seus poderes e foi um trabalhão para se conseguir chegar no parlamento, passo a passo, a uma solução de compromisso particularmente difícil de entender para ordens novas", referiu.