Ucrânia
21 junho 2024 às 22h33
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Negociações de adesão à UE e dinheiro russo a caminho

Bruxelas dá passos para materializar o “sonho europeu” de Kiev (e de Chisinau). Coreia do Sul diz que amplitude de assistência militar à Ucrânia depende da posição da Rússia sobre o pacto assinado com a Coreia do Norte.

Na Alemanha a seleção de futebol ucraniana bateu a congénere eslovaca - cujo novo governo tem uma posição pró-russa, em linha com a Hungria -, mas a vitória mais importante veio de Bruxelas, com a confirmação oficial da abertura das negociações para a adesão do país (bem como da Moldávia) na terça-feira, e a indicação de que irá receber a primeira fatia dos juros dos bens russos congelados.

A Bélgica, que detém a presidência rotativa do bloco, informou que as negociações com a Ucrânia e com a Moldávia arrancam na terça-feira no Luxemburgo. “Milhões de ucranianos, e na verdade gerações do nosso povo, estão a realizar o seu sonho europeu. A Ucrânia está a regressar à Europa, onde pertence há séculos, como membro de pleno direito da comunidade europeia”, afirmou Zelensky nas redes sociais.

Apesar de a etapa entre o estatuto de candidatos à adesão e o início das negociações ter demorado apenas dois anos, ambos os países sabem que a adesão não está à esquina. Até lá toda a assistência é bem-vinda. O comissário europeu do Comércio, Valdis Dombrovskis, disse que a Ucrânia vai receber o primeiro pagamento de 1,5 mil milhões de euros dos lucros dos ativos russos congelados na UE “antes das férias de verão”. Os 27 concordaram em maio disponibilizar cerca de 3 mil milhões de euros anuais relativos ao dinheiro russo que na sua maioria está alocado a uma empresa de serviços financeiros na Bélgica.

Seul protesta

Depois de Vladimir Putin ter dito que poderia transferir mísseis para Pyongyang caso a Coreia do Sul concretizasse o levantamento da proibição do envio de armas e munições para um país em guerra - no caso a Ucrânia -, o Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano chamou o embaixador russo para apresentar um protesto sobre o novo pacto de defesa mútuo da Rússia e Coreia do Norte. O vice-ministro Kim Hong-kyu instou Moscovo a “suspender imediatamente” a cooperação militar com o Norte e que a Rússia “deve agir de forma responsável” porque o extremar da posição do regime de Kim Jong-un é tal que este “não hesitará” em recorrer a armas nucleares.

Depois da reunião, a embaixada publicou a resposta de Georgy Zinoviev, que terá afirmado ser inaceitável quaisquer tentativas de “ameaçar e chantagear” o seu país.  

Antes, Seul fez saber através de um funcionário da presidência que a revisão que está a proceder sobre a assistência militar a Kiev depende da posição da Rússia. Mantendo a ideia de prosseguir com uma “ambiguidade estratégica”, o funcionário lembrou existirem “várias opções para o fornecimento de armas”. Depois de num primeiro momento ter informado que os sistemas de defesa aérea poderão fazer parte da assistência militar, fontes governamentais disseram à agência Yonhap que as munições de 155 mm estão também a ser objeto de análise.

A Coreia do Sul está a equipar as forças armadas da Polónia com tanques, aviões de caça, lançadores múltiplos de foguetes e obuses.