O filho do ator espanhol Rodolfo Sancho foi esta quinta-feira condenado a prisão perpétua por um tribunal tailandês pelo assassinato de um cirurgião plástico colombiano numa ilha tropical de férias.
Daniel Sancho Bronchalo, um chef de 30 anos, foi considerado culpado pelo homicídio premeditado de Edwin Arrieta Arteaga na ilha turística de Koh Phangan, no ano passado.
O caso gerou um enorme interesse em Espanha porque o pai do agora condenado, Rodolfo Sancho, é um actor famoso.
Daniel Sancho e Arrieta conheceram-se online. Sancho alegou ter matado Arrieta, de 44 anos, em legítima defesa, e admitiu ter escondido o corpo, mas negou ter destruído o passaporte do colombiano.
No julgamento ouviu-se que Sancho cortou o corpo de Arrieta e colocou os pedaços em sacos de plástico antes de os distribuir por Koh Phangan.
Bussakorn Kaewleeled, advogado da família da vítima, disse estar feliz com o resultado. “Os queixosos estão satisfeitos com a sentença porque ele será condenado a prisão perpétua e receberão alguma compensação financeira”, disse Bussakorn aos jornalistas à porta do tribunal na ilha de Koh Samui.
“O veredicto foi dado, ambos os lados têm o direito de recorrer de acordo com a lei tailandesa”, acrescentou Bussakorn. Aliás, segundo avançou o advogado de Daniel Sancho, é isso mesmo que vai acontecer: vai recorrer da sentença.
Embora a Tailândia ainda aplique a pena de morte para alguns crimes, incluindo o homicídio premeditado, raramente realiza execuções – a última das quais em 2018.
A família de Arrieta disse antes do veredicto que era a favor da pena de prisão perpétua.
“Deixem-no ficar na Tailândia para que possa tirar tempo, todo o tempo que Deus lhe dá para viver, para pensar no que fez”, disse Darling Arrieta, irmã da vítima, num documentário da HBO sobre o caso.
"Ele não só desmembrou o meu irmão, como desmembrou uma família".
O pai de Sancho disse no mesmo documentário da HBO que Arrieta ameaçou o filho, e que depois “houve uma briga, e nessa briga houve um acidente”.
A defesa argumentou que Sancho agiu em legítima defesa depois de Arrieta ter tentado forçá-lo a ter relações sexuais.
“Ele tentou violar-me e nós discutimos”, disse Sancho num comunicado citado pelo diário espanhol El Mundo.
O advogado da família da vítima, Juan Gonzalo Ospina, disse numa entrevista recente ao El Mundo que Sancho vivia uma “falsa realidade”. Ospina disse que ficou provado no julgamento de abril que Sancho comprou facas, sacos de plástico e produtos de limpeza antes do crime e manteve-os no quarto onde ocorreu o homicídio.