A Universidade de Estudos Estrangeiros de Quioto acolhe a primeira cátedra de estudos portugueses no Japão. Para tal, foi assinado, esta 5ª feira, um protocolo de cooperação entre aquela instituição e o Instituto Camões, em que esteve presente a presidente deste organismo, Ana Paula Fernandes. De acordo com o Embaixador de Portugal em Tóquio, Vítor Sereno: “Este foi o resultado de um longo trabalho de negociação levado a cabo pela Embaixada de Portugal, no seguimento das prioridades de identificadas pelo Instituto Camões.”

Tendo como principal objetivo “a promoção da internacionalização da língua portuguesa no Japão”, a nova cátedra leva o nome de Luís Fróis. Esta designação, de forte motivação histórica, constitui um tributo ao missionário português do século XVI (terá nascido em 1532) que escreveu a primeira História do Japão, sendo-lhe ainda atribuída a autoria doTratado em que se contêm muito sucinta e abreviadamente Algumas contradições e diferenças dos costumes entre a Gente da Europa e Esta Província do Japão.

Padre jesuíta desde a juventude, Fróis embarcou primeiro para Goa, onde esteve alguns anos, e daí para o Japão, com a missão de converter aquele reino do Extremo Oriente ao Catolicismo. Viveu em Quioto, foi conselheiro do senhor feudal Oda Nobunaga, considerado o primeiro dos três grandes unificadores do Japão, e acabou por morrer em Nagasaki, no ano de 1597.Três séculos depois, seria justamente em Quioto que seria publicada a tradução na íntegra da sua História do Japão, divulgada em 12 volumes entre 1977 e 1980, por dois professores da Universidade de Estudos Estrangeiros daquela cidade, Matsuda Kiichi e Kawasaki Momota. Por causa dessas obras, Fróis é considerado o pai da japonologia ocidental.

De acordo com o Embaixador português, esta nova cátedra junta-se ao protocolo de cooperação do Concurso de Eloquência em Língua Portuguesa, que o  Instituto Camões já mantém com aquela universidade. “Trata-se de uma parceria estratégica de relevo entre Portugal e a Universidade de Estudos Estrangeiros de Quioto, com o objetivo de afirmar a língua e cultura portuguesas no Japão.