ReWaterEU
23 janeiro 2024 às 18h37
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Portugal propõe plano europeu para gerir escassez de água

Iniciativa portuguesa tem o apoio de Chipre, Hungria, Itália e Roménia, mas “também de países do norte da Europa”.

A ministra da agricultura, Maria do Céu Antunes defendeu esta terça-feira em Bruxelas um plano que permita responder à ameaça da escassez de água. A ideia apresentada num documento que já foi subscrito por mais quatro países, e tem o apoio de outras capitais, incluindo do norte da Europa, passa por assegurar a disponibilidade de água através de tecnologias de gestão e redução de desperdício.

A ministra apresentou esta terça-feira, no conselho de agricultura a ideia a que deu o nome ‘ReWaterEU’. Trata-se de um documento que pretende alertar a Comissão Europeia para consequências da seca, em particular para o sector agrícola. 

Maria do Céu Antunes apela a Bruxelas que coloque o tema no topo da agenda europeia. “Entendemos que devíamos, do ponto de vista do Conselho, juntar os Estados-Membros à volta de um documento que chama a atenção para a necessidade, [de] além do abastecimento humano, garantir a disponibilidade de água, o armazenamento de água e a distribuição e o transporte da água para o sector agrícola”, afirma a ministra, que vê no plano “uma forma de melhorar a capacidade de produção agrícola, garantindo a soberania alimentar da União Europeia e contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”. 

A iniciativa é apresentada pela delegação portuguesa, com apoio de Chipre, Hungria, Itália e Roménia. A ministra afirma que outros países estão a juntar-se à iniciativa. “Não só os do Sul, por norma mais afetados com esta dimensão da água e da sua indisponibilidade, mas também muitos Estados-Membros do Centro e já do Norte da Europa”, frisou, dando “o exemplo da Alemanha, porque actualmente aquilo que sentimos é que a água é um problema para mais de 50% dos Estados-Membros”. 

Além do alerta, Maria do Céu Antunes quer que seja colocado dinheiro em cima da mesa. “Aquilo que pedimos à comissão é que junte aquilo que está disponível ou que pode estar disponível, sejam fundos da coesão, sejam fundos estruturais”, defendeu Maria do Céu Antunes, na expectativa de conseguir “um pacote robusto financeiro para esse fim e que possamos juntar investimento privado para contribuir efetivamente para esta prossecução”.

O plano foca também a importância da participação dos cidadãos, a inovação, a consciencialização e educação na área de engenharia hidráulica. A ministra espera que o financiamento seja alcançado através de uma combinação de “fundos da União Europeia e investimento privado”.