Sondagem DN, JN e TSF
02 junho 2024 às 09h29
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Melhor ministro é o da Educação, pior é o da Defesa

Fernando Alexandre beneficia, pelo menos em parte, do acordo com os professores. Rangel e Pinto Luz no verde. Finanças no vermelho.

Fernando Alexandre, na Educação, é o melhor ministro deste governo (saldo positivo de 22 pontos) e Nuno Melo, na Defesa, é o pior (saldo negativo de 9 pontos), de acordo com o barómetro da Aximage para o DN, JN e TSF, que testou a popularidade dos responsáveis por sete pastas. Paulo Rangel (Negócios Estrangeiros) e Miguel Pinto Luz (Infraestruturas) estão no verde.

O ministro da Educação arranca com 47% de avaliações positivas e 25% de notas negativas. Um resultado a que não será alheio o protagonismo nas negociações com os professores, mesmo que o acordo sobre a recuperação das carreiras só tenha sido anunciado quando o trabalho de campo desta sondagem estava a terminar.

Fernando Alexandre consegue um saldo positivo em todos os segmentos sociodemográficos da amostra e destaca-se entre os mais velhos (saldo de 37 pontos). Mas também consegue bons resultados quando se tem em conta o voto partidário: até os eleitores socialistas e do Livre estão satisfeitos.

Rangel positivo

Bastante próximo fica Paulo Rangel: tem quase a mesma percentagem de avaliações positivas (46%), mas o saldo é ligeiramente pior (16 pontos). O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros também fica no verde em todos os segmentos sociodemográficos (regiões, género, idade e classe social), mas, no que diz respeito ao voto, aos eleitores do BE e da CDU acrescenta-se o “chumbo” dos que preferem o Chega e o Livre.

Pouco acima da linha de água (saldo positivo de 3 pontos) fica Miguel Pinto Luz, que liderou o processo que conduziu a uma das mais mediáticas decisões do governo: o novo aeroporto de Lisboa, associado à construção de uma terceira ponte sobre o Tejo e a ligação por TGV entre Lisboa e Madrid. Ainda assim, a sua avaliação é negativa entre os habitantes de Lisboa (e também os do Porto). No caso do voto partidário, o saldo só é positivo na AD e IL.

Margarida Blasco, que tem a pasta da Administração Interna, fica numa espécie de limbo, tal como o acordo que tarda em concluir com as forças de segurança: tem saldo zero (tantas positivas quanto negativas). A sua colega da Saúde, Ana Paula Martins, arranca no vermelho (por um ponto), mas, à data dos inquéritos, ainda não tinha apresentado o plano de emergência.

Sarmento negativo

Para Joaquim Miranda Sarmento as notícias são  piores. Apesar de ter sido um dos ministros mais em foco nos primeiros dois meses (pela proposta de baixar o IRS, como pelas denúncias de descontrolo das contas públicas nos meses finais do governo socialista), tem mais avaliações negativas (40%) do que positivas (36%).

Mas a pior avaliação é a do ministro da Defesa, com um saldo negativo de 9 pontos. Nuno Melo chegou a sugerir que jovens delinquentes pudessem trocar a sua pena por serviço militar, ainda que tenha esclarecido depois que se tratou de uma hipótese académica. Curiosamente, é entre os mais jovens (18/34 anos) que se regista uma das raras exceções à vaga negativa, com um saldo positivo de 2 pontos.  

FICHA TÉCNICA

Sondagem de opinião realizada pela Aximage para DN/JN/TSF sobre temas da atualidade nacional política. Universo: indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região. A amostra teve 801 entrevistas efetivas: 697 entrevistas online e 104 entrevistas telefónicas; 376 homens e 425 mulheres; 175 entre os 18 e os 34 anos, 212 entre os 35 e os 49 anos, 208 entre os 50 e os 64 anos e 206 para os 65 e mais anos; Norte 271, Centro 167, Sul e Ilhas 123, A. M. Lisboa 240. Técnica: aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para pessoas com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao subuniverso utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 17 e 22 de maio de 2024. Taxa de resposta: 74,82%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.

rafael@jn.pt