O Ministério da Saúde decidiu passar uma recomendação do Plano de Contingência para o Inverno, sobre a gestão das escalas médicas, a legislação, através de um despacho, que será publicado em breve. O objetivo é "evitar" situações como as que se viveram neste verão. Mas sindicatos e administradores contestam. De uma forma geral, dizem que o problema não é de gestão de meios mas de falta de recursos humanos.
No documento que chegou em agosto aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com a elaboração do Plano de Contingência para o Inverno já era recomendado que as escalas médicas tinham de ser “elaboradas de forma a “assegurarem o funcionamento dos serviços, face ao previsível aumento da procura de cuidados”, em determinados períodos críticos. Na altura, e segundo explicaram ao DN, tal significava que seria necessário melhor gestão nas escalas de férias dos médicos, já que neste verão chegou a haver serviços de urgência no país que em alguns horários tinham apenas um médico escalado. Resultado: o serviço de urgência tinha de fechar portas para o exterior.
Esta recomendação constante no Plano de Inverno foi noticiada pelo DN a meio de agosto, mas agora o Ministério da Saúde decidiu passá-la a “obrigatoriedade”, dando-lhe forma legislativa. E tal como noticiava na sua edição de ontem o jornal Público, os hospitais vão poder alterar as férias dos médicos sempre que estas colidam e não assegurem as necessidades.