O que à partida parecia poder ser um bom dia de estreia para Portugal em Paris2024, com a entrada em cena de dois candidatos a medalhas, acabou por não ser. A prova do skatter Gustavo Ribeiro foi adiada para esta segunda-feira devido à chuva e Catarina Costa desiludiu no tatami, eliminada logo à segunda ronda diante de um judoca desconhecida. O sétimo lugar do ciclista Nelson Oliveira na prova de contrarrelógio, com direito a diploma, tornou o dia menos agridoce.
A judoca Catarina Costa, sobre quem recaíam esperanças numa medalha, não só por na sua categoria ser a número sete do Mundo, mas também porque em Tóquio2020 ficou perto do pódio, caiu este sábado de forma inesperada à segunda ronda diante da paraguaia Gabriela Narvaez, 60.º do mundo e antepenúltima entre as 31 inscritas na categoria mais leve do judo feminino (-48 kg).
“Fiz todo o trabalho que era para ter feito até aqui, fiz treinos muito duros e toda a preparação como devia ter sido, mesmo com os obstáculos que foram surgindo, como as lesões. Claro que fica um grande amargo de boca, porque trabalhei para voos maiores e, infelizmente, termino por aqui a competição”, desabafou a judoca, que na primeira ronda venceu a alemã Katharina Menz (25.ª).
A judoca portuguesa, por incapacidade e um inesperado bloqueio, mas também perante argumentos da adversária, não conseguiu ser superior à paraguaia e o combate arrastou-se até ao ponto de ouro. E ficou decidido depois de Gabriela Narvaez projetar para ippon com uma pega superior após 1.20 minutos de golden score (5.20 no total), deixando Catarina por instantes deitada no tatami, a realizar, com os olhos lágrimas nos olhos, o fim deste sonho olímpico.
Não escondendo a tristeza, revelou ainda que, para já, pretende continuar com a alta competição, que lhe dá muito prazer. “Vão ser quatro anos, é sempre um apuramento duro, mas conto fazer pelo menos mais um ciclo, fazer mais competições. Agora, quero estar com a minha família, que me veio aqui apoiar, abraçá-los, é o que mais quero agora”, concluiu.