A Moldávia disse "sim" à inclusão da adesão à União Europeia (UE) como um objetivo nacional na Constituição do país no referendo realizado no domingo. Depois do "não" estar em vantagem no decorrer da contagem, o "sim" venceu, mas por pouco. Obteve 50,39% dos votos, segundo os resultados preliminares apresentados esta segunda-feira pela Comissão Eleitoral Central (CEC).
A CEC indicou tratar-se de resultados que correspondem a 99,41% dos votos, faltando ainda concluir a contagem dos votos do estrangeiro.
Paralelamente, decorreu na antiga república da União Soviética a eleição presidencial que deu a vitória a Maia Sandu. A atual presidente do país conquistou 42% dos votos e vai ter de disputar com o candidato pró-russo Alexandr Stoianoglo - obteve 26% dos votos - uma segunda volta das eleições, agendada para 3 de novembro.
O referendo de domingo sobre a adesão do país à UE foi, no entanto, ensombrado por alegações de interferência russa.
Perante os resultados que dão a vitória por uma margem curta do "sim" à UE e das eleições presidenciais, o Kremlin já veio denunciar "anomalias" nos processos eleitorais da Moldávia.
"Foram observadas anomalias nos resultados da votação na Moldávia devido ao aumento de votos a favor da [presidente moldava Maia] Sandu e da integração europeia", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na sua conferência telefónica diária.
Peskov referiu-se à mudança nos resultados da votação à medida que a contagem estava a avançar, o que ampliou a vantagem de Sandu sobre o seu adversário mais próximo, o pró-russo Alexander Stoianoglo, e com uma viragem a favor do "sim" no referendo sobre a entrada da Moldávia na UE.
"Os indicadores que vemos hoje, que estamos a acompanhar, e a dinâmica das suas mudanças, com certeza, levantam muitas questões", sublinhou.
O porta-voz do Kremlin acrescentou que é "difícil explicar o ritmo do aumento mecânico dos votos a favor de Sandu e a favor dos participantes no referendo que defendem a orientação pró União Europeia".
"Qualquer observador que tenha a mínima compreensão da essência dos processos políticos pode detetar estas anomalias com o aumento destes votos", insistiu.