Saúde
08 julho 2024 às 19h34
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Covid-19. Ministério alerta para mensagem falsa e diz que não há variante mais patogénica a circular

O aumento do número de casos de covid-19 nas últimas semanas fez com que se voltasse a falar do SARS-CoV-2. Mas há informações erradas a circular nas redes sociais, segundo o ministério, que veio lembrar que a monitorização do vírus é feita pelo INSA e que não se verifica a predominância da variante mais patogénica.

Não é verdade que a variante dominante do novo coronavírus a circular atualmente em Portugal seja a XBB, como tem estado a ser divulgado nas redes sociais, afirma o Ministério da Saúde em comunicado enviado às redações na tarde desta segunda-feira.

No texto, o ministério refere que “a mensagem que circula nas redes sociais sobre a variante XBB do coronavírus SARS-CoV-2, uma variante mais patogénica do que as atuais, ser “fraudulenta”, justificando que “esta informação não foi emitida pelo Ministério da Saúde, nem por nenhum dos organismos sob a sua tutela. O estudo de monitorização da disseminação do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal, através da análise do genoma deste vírus pandémico, é coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em colaboração com uma vasta rede de hospitais e laboratórios a nível nacional”.

O ministério aponta para o último relatório do INSA, de 11 de junho, em que a linhagem XBB (e as suas descendentes), foi dominante em Portugal da semana 10 até à semana 43 de 2023, registando desde aí uma tendência decrescente. Aliás, na última amostragem analisada pelo INSA (da semana 19/2024 a 22/2024), “a linhagem XBB apresentava apenas níveis residuais de circulação”.

Enquanto que “a sublinhagem BA.2.86 (com características evolutivas e antigénicas consideravelmente diferentes da XBB), é dominante em Portugal desde a semana 44 de 2023, apresentou, na última amostragem, uma frequência relativa de 98,3%. Entre as descendentes da BA.2.86, é de salientar a predominância da sublinhagem KP.3 (51.3% entre as semanas 19/2024 e 22/2024), a qual, de acordo com o mais recente relatório da ECDC (European Centre for Disease Prevention and Control), se encontra sob monitorização, mas para a qual ainda não existem evidências sobre a sua potencial associação a uma maior severidade de doença”.

No comunicado, o ministério recorda que a “sequência completa do genoma é identificada no INSA com recurso a tecnologias de sequenciação de nova geração e análise bioinformática através da plataforma online INSaFLU” e que “até à data, foram analisadas pelo INSA cerca de 50 mil sequências do genoma de SARS-CoV-2”.

No dia 16 de julho haverá nova atualização sobre a evolução do SARS COV_2 por parte do INSA, mas, no entretanto, a Direção-Geral da Saúde recorda à população que caso teste positivo à covid-19 “é fundamental que nos primeiros 5 dias de sintomas - tosse, febre, for de cabeça, dificuldade respiratória - se mantenha o distanciamento físico e utilize máscara na presença de outras pessoas, bem como que se minimizem as deslocações e a frequência de espaços com aglomerados de pessoas (e.g., convívios sociais), com vista a evitar o contágio de pessoas mais vulneráveis e que podem ter sintomas mais graves”. Em caso de agravamento de sintomas, deverá contactar o SNS 24 (808 24 24 24) ou o seu médico assistente.

Recorde-se que o último balanço da DGS indicava o registo de 369 casos positivos no dia 4 de junho e seis óbitos.

Tópicos: covid-19