Médio Oriente
05 agosto 2024 às 14h47
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Países islâmicos reúnem-se de urgência para discutir morte de líder do Hamas

Segundo um comunicado da OCI, a reunião irá debater "os crimes contínuos da ocupação israelita contra o povo palestiniano, incluindo o assassinato de Ismail Haniyeh (...) e as suas agressões contra a soberania da República Islâmica do Irão"

Os chefes da diplomacia dos 57 Estados-membros da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) reúnem-se quarta-feira para analisar o que classificam de "crimes de Israel", nomeadamente o assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, na semana passada em Teerão.

Na agenda desta reunião de cariz extraordinário, também consta uma análise das "agressões contra a soberania do Irão".

Segundo um comunicado da OCI, a reunião irá debater "os crimes contínuos da ocupação israelita contra o povo palestiniano, incluindo o assassinato de Ismail Haniyeh (...) e as suas agressões contra a soberania da República Islâmica do Irão", onde o líder do Hamas foi morto num ataque atribuído a Israel.

A reunião terá lugar na sede do secretariado-geral da OCI, na cidade saudita de Jeddah, segundo a nota informativa, que não especifica se será realizada por videoconferência, como é habitual neste tipo de reuniões extraordinárias da organização.

A convocatória surge dias depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ali Bagheri Kani, ter pedido uma reunião dos chefes da diplomacia do mundo islâmico para "avaliar e condenar" o assassinato de Haniyeh, que descreveu como um "ato cobarde e terrorista do regime sionista" e pelo qual pediu que Israel fosse "responsabilizado".

O ataque que matou Haniyeh em Teerão, que não foi reivindicado por Israel, levou o Irão a prometer uma resposta dura contra o Estado judaico, numa altura de tensão acrescida e de receios crescentes de uma guerra regional no Médio Oriente.

O grupo xiita libanês Hezbollah, um aliado próximo do Irão, também prometeu vingança pela morte do seu principal comandante militar, Fuad Shukr, num bombardeamento na semana passada em Beirute. Este ataque foi reivindicado por Israel.

Por seu lado, os rebeldes huthis, do Iémen, igualmente pró-iranianos, também prometeram uma retaliação pela morte de Haniyeh e pelo bombardeamento israelita, há duas semanas, do porto estratégico de Hodeida, a quarta maior cidade iemenita e capital da província homónima.