Marta Silva, da direção artística do Largo Residências, não vive ali, mas tem lá passado muitas horas nos últimos meses, desde que o movimento teve de mudar de morada outra vez. Mas já lá vamos... Antes, vamos continuar o passeio pelos até há pouco vedados Jardins do Bombarda.
A entrada faz-se pelo n.º161 da Avenida Gomes Freire, numa das portas daqueles enorme muros brancos agora decorados com pinturas de flores coloridas. Logo à entrada, uma loja de arte que vende obras dos residentes. E, no cimo das escadas, à esquerda, um pinhal e as suas sombras, com mesas e cadeiras para estar. Há um bar e há um restaurante, onde a comida do mundo tem feito sucesso.
Volta não volta, à sexta-feira, André Brandão tem de ligar para clientes a avisar: “Amanhã há cachupa”. Ele e a amiga Ana Dionísio, ambos angolanos, são os proprietários do Bambi Bambi e quiseram trazer para aqui uma experiência gastronómica diversificada. Já habituados às tradicionais “sentadas” angolanas que faziam em alguns domingos no restaurante que tinham anteriormente - o Homie's, em Santa Apolónia -, fazem agora uma espécie de festival de comidas do mundo nos Jardins do Bombarda, tentando sempre honrar a cultura portuguesa. Assim, tanto há arroz de marisco e pato confitado com puré de batata, como chorba, “uma sopa argelina deliciosa”, beringela assada em cama de humus, feijoada à brasileira ou moamba de galinha. “É o nosso cartão postal”, diz André Brandão, que sugere duas especialidades de múcua, o fruto do imbondeiros: em mousse ou em sumo. Aos domingos, o dia mais concorrido devido às muitas famílias que já descobriram o espaço, há churrasquinho.