Incêndios na Madeira
21 agosto 2024 às 11h39
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Miguel Albuquerque garante que "situação está segura". "Há um alarmismo que não percebo"

O presidente do Governo Regional da Madeira afirmou que é necessário "baixar a retórica um pouco alarmista". "Estamos a fazer aquilo que temos de fazer", assegurou.

Ao oitavo dia do incêndio na Madeira, o presidente do Governo Regional recusou alarmismos e disse que, "neste momento, a situação está segura". "Estamos a fazer aquilo que temos de fazer" no combate às chamas, assegurou Miguel Albuquerque.

Afirmou que "é essencial baixar esta retórica um pouco alarmista" sobre o incêndio que deflagrou há uma semana e que já chegou, durante a noite, ao Pico Ruivo, tendo sido pedido um reforço de meios à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. Está previsto que durante o dia de hoje cheguem do continente mais 45 elementos.  

"Há um certo alarmismo que eu não percebo. No ano passado, tivemos um incêndio na Calheta que destruiu 12 habitações. Neste [incêndio] não houve qualquer afetação nem nas insfraestruturas, não houve qualquer ferido, não houve qualquer pessoa lesada, as habitações foram salvaguardas, portanto a estratégia estava correta", considerou o presidente do Governo Regional, que vai visitar esta tarde as zonas afetadas pelo fogo. 

"Nós neste momento avaliamos os incêndios em função dos resultados e os resultados são esses", sublinhou em declarações aos jornalistas à entrada da Câmara Municipal do Funchal, onde decorre a sessão solene do Dia do Concelho.

Recusou ainda as críticas de que tem estado ausente no acompanhamento do combate ao incêndio - o social-democrata interrompeu no sábado as férias no Porto Santo para ir à ilha da Madeira e regressou ao Porto Santo um dia depois. "Não há nenhuma ausência", frisou.

Disse que não deve um pedido de desculpas aos madeirenses e que não aceita lições de ninguém, tendo assegurado que tem estado "a acompanhar tudo desde a primeira hora". "Ao contrário de outros, nunca deleguei as minhas responsabilidades. Eu assumo as minhas responsabilidades politicas", afirmou. 

"Se me tentam intimidar, porque vou ficar com stress por causa disso, estão enganados", declarou.

"Este é o meu 25º incêndio. É baseado numa estratégia que é fácil as pessoas perceberem: quando o fogo se vai expandindo em zonas de difícil acesso, o que é essencial é sempre salvaguardar os núcleos habitacionais, os bens públicos, neste caso as infraestruturas, e o patrimónmio das pessoas, e isso foi feito", analisou.

Miguel Albuquerque considerou que era uma "boa ideia" a Madeira ter um segundo meio aéreo se "o Estado assumir as suas responsabilidades no quadro da proteçao cibil nacional", referindo-se aos elevados custos que esta medida acarreta. Um assunto que vai discutir com a ministra da Administração Interna. "Vamos falar ainda para acertar isso", disse. 

O incêndio rural na Madeira deflagrou há uma semana, dia 14 de agosto, nas serras da Ribeira Brava, propagando-se na quinta-feira ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol. Durante a noite passada, chegou também ao Pico Ruivo, concelho de Santana.

Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e da Furna, na Ribeira Brava.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, indicados pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, apontam para 4.392 hectares de área ardida até às 12:00 de terça-feira.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, diz tratar-se de fogo posto.

Com Lusa