A última semana de campanha para as legislativas arrancou esta segunda-feira com a convicção de vitória das duas principais forças políticas, mas também com reações às suspeitas levantadas pelo líder do Chega sobre o processo eleitoral.
Em Chaves, o presidente do PSD afirmou que "está em marcha uma vitória inequívoca da AD", mas, quando questionado se pretende pedir aos eleitores uma maioria absoluta, respondeu que "não vai pedir maioria nenhuma" e lutará pelo maior número de votos possível.
"Está de facto em marcha uma mudança política em Portugal, está de facto em marcha uma vitória inequívoca da AD no próximo domingo", disse Luís Montenegro, avisando, contudo, que é preciso que o "entusiasmo da rua seja transportado" para as secções de voto.
Já o secretário-geral do PS dramatizou o que está em jogo nas eleições antecipadas, considerando que a única forma de travar "o regresso da direita ao poder" passa pela concentração de votos nos socialistas.
Na Afurada, concelho de Gaia, Pedro Nuno Santos dirigiu-se às centenas de pessoas que o ouviam na rua para agradecer-lhes pela "força" e salientar que o PS está "a caminho da vitória para construir um país para todos".
A sete dias das eleições, o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, foi a São João da Madeira, terra do líder do PS, salientar que este é o momento de os portugueses escolherem entre o passado e o futuro, reforçando que o seu partido "está cá para mudar a sério" Portugal.
Numa iniciativa de campanha junto ao hospital de Santo Tirso, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo aproveitou também para dramatizar o voto nas eleições legislativas entre aqueles que querem desmantelar e os que querem salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), assegurando que apenas a CDU garante os cuidados públicos de saúde.
A entrar na reta final da campanha, o porta-voz do Livre, Rui Tavares, pediu "sangue frio" para os dias que faltam até às eleições, depois do incidente no domingo numa arruada da candidatura socialista.
Já a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real acusou o Chega de irresponsabilidade e de adotar estratégias eleitorais idênticas às de Donald Trump, nos Estados Unidos, após André Ventura ter alegado a possibilidade da anulação de votos no seu partido.
No domingo, o presidente do Chega reiterou as suspeitas sobre a possibilidade de anulação propositada de votos no partido nas legislativas e defendeu que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) deve investigar.
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, considerou Ventura um "aprendiz de Bolsonaro", acusando-o de lançar "suspeitas sobre processos democráticos" sem qualquer tipo de "problema ou pudor".
Entretanto, a CNE vai analisar as suspeitas levantadas pelo presidente do Chega sobre a possibilidade de anulação propositada de votos no partido nas legislativas.
"Vamos analisar esse assunto e depois, em função da informação disponível e dos factos que tivermos, ponderaremos [abrir investigação], mas ainda não foi apreciado", disse à agência Lusa o porta-voz da CNE, Fernando Anastácio.
Num comício em Santarém, o líder do Chega voltou hoje a defender a introdução da prisão perpétua no Código Penal, considerando que devem terminar as penas suspensas para crimes como terrorismo, violação ou homicídio.
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar no domingo para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.