Alguém será capaz de parar Novak Djokovic no Open da Austrália (entre domingo e 28 de janeiro) ? Atual detentor do título e número 1 do ranking ATP, o tenista sérvio procura em Melbourne conquistar o 25.º Grand Slam da carreira. Se vencer na Austrália, Djokovic isola-se como o único tenista da história - entre homens e mulheres - a conseguir tal feito, superando os 24 que partilha com a australiana Margaret Court, hoje com 80 anos, que atingiu esta proeza entre 1960 e 1973. Serena Williams tem 23 majors, Rafael Nadal 22 e Roger Federer 20.
Dez vezes campeão em Melbourne, o sérvio tem sido praticamente imbatível durante as duas últimas décadas na Rod Laver Arena, onde segue com uma invencibilidade de 28 partidas no torneio. Venceu todas as dez finais que disputou desde a estreia (2008, 2011, 2013, 2015, 2016, 2019, 2020, 2021 e 2023) e chega à 19.ª participação como primeiro cabeça de série. Na estreia, o tenista de 36 anos terá como adversário um jogador vindo do qualifying, Dino Prizmic (178.º), jovem com metade da sua idade.
Sem a concorrência de Rafael Nadal - voltou ao circuito no ATP de Brisbane após 11 meses afastado, mas voltou a parar devido a lesão -, Carlos Alcaraz assume-se como o único (ou quase) que pode travar o sérvio na escalada até ao Olímpo do ténis. O jovem espanhol procura o primeiro troféu na Austrália e começa diante do experiente Richard Gasquet, que em 2019 venceu o Estoril Open.
Isto sem esquecer Daniil Medvedev e Jannik Sinner, que correm por fora, mas são opções mais do que válidas para levantar o troféu. O italiano de 22 anos até foi um dos que derrotou o sérvio recentemente - na fase de grupos das ATP Finals (conquistada por Djokovic) e nas meias-finais da Taça Davis ganha pela Itália, e vai agora regressar à competição na Austrália. Um eventual encontro com o número um só poderá acontecer nas meias-finais. Andrey Rublev (5.º ATP), Alexander Zverev (6.º ATP) e Stefanos Tsitsipas (7.º) também podem atrapalhar os planos dos favoritos.
A luta pelo primeiro lugar do ranking ATP vai estar ao rubro entre domingo e 28 de janeiro. O sérvio vai procurar manter-se como número um e só depende de si, um argumento que também é válido para Carlitos, que falhou a edição do ano passado por lesão e procura escrever o nome na lista dos vencedores do primeiro Grand Slam do ano. E com essa certeza: quem levantar o troféu sai como virtual número 1 mundial.
Carlos Alcaraz venceu Djokovic num jogo de exibição na Arábia Saudita, a 28 de dezembro, por 4-6, 6-4 e 6-4, e já deixou o aviso aos adversários que duvidam que consiga manter o nível que o ajudou a uma ascensão meteórica: “Estou a 70/75% do meu potencial.”
Nuno Borges enfrenta Marterer
Nuno Borges vai defrontar o alemão Maximilian Marterer na primeira ronda do Open da Austrália, primeiro torneio do Grand Slam da temporada. Pelo segundo ano consecutivo no quadro principal em Melbourne, o tenista português e n.º 66 do mundo vai tentar passar pela primeira vez a primeira ronda, frente ao 98.º do ranking. Este será o segundo encontro entre ambos, depois de o germânico ter vencido o número um português em 2023, no torneio de Antuérpia.
Pela oitava vez num torneio do Grand Slam, Nuno Borges passou a primeira ronda duas vezes, em Roland Garros 2023, e no US Open 2022.
Pela primeira vez na história centenária, o torneiro de piso rápido australiano vai arrancar domingo para os favoritos e campeões em título, Novak Djokovic e Aryna Sabalenka. Andy Murray ficou do mesmo lado do quadro que o sérvio e deixou alguns alertas para quem também o possa apanhar pela frente: “Djokovic ainda está impressionante, mas com a idade vai-se tornando mais difícil. Os jovens estão a dar passos importantes ao ganhar torneios de grande prestígio, algo que lhes dá confiança, mas não vai ser fácil derrotar o Novak em Melbourne.”
Entre as mulheres, a líder do ranking WTA, Iga Swiatek, e a detentora do troféu Aryna Sabalenka e Coco Gauff partem em vantagem, no open do regresso de Naomi Osaka, após uma paragem de um ano e após ter sido mãe em julho.
“Tive uma época incrível no ano passado, melhorei muito como jogadora e como pessoa. Fiz uma ótima pré-época. Trabalhámos muito. Senti que melhorámos muito. Sinto-me muito bem e estou pronta para começar”, disse Sabalenka, vice-campeã do Open dos Estados Unidos em 2023, que vai iniciar a defesa do título frente à jovem qualifier alemã Ella Seidel, de 18 anos, a jogar pela primeira vez um quadro principal de singulares do Grand Slam. Já Swiatek terá como primeira adversária a norte-americana Sofia Kenin, também ela vencedora de um major, conquistado em Melbourne Park em 2020.
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